Golo madrugador travou raça sadina na Taça de Portugal

Apesar da boa réplica, Vitória FC não conseguiu reverter golo sofrido, com algum azar à mistura, vendo o Casa Pia seguir em frente na competição.

Ainda há procura dos nomes e dinâmicas certas para o seu onze, Luís Loureiro decidiu apostar em Leonardo (guarda-redes), Daniel Sequeira, Pedro Machado, João Freitas, Adama François, David Santos, José Semedo (capitão), Camará, Pedro Pinto, José Varela e Rodrigo Pereira.

Já o Casa Pia, orientado por Filipe Martins, alinhou praticamente na máxima força com: Ricardo Batista (guarda-redes), Léo Bolgado, Vasco Fernandes (capitão), João Nunes, Ferreira, Poloni, Afonso Taira, Yan Eteki, Romário Baró, Godwin e Rafael Martins.

Os gansos não estranharam as terras do sado, também motivados pela temporada que estão a fazer na Primeira Liga, entraram melhor na partida e não podiam, inclusivamente, ter pedido melhor início. À chegada do minuto três, Yan Eteki aproveita algum espaço dado pela equipa sadina e decide rematar à baliza à guarda de Leonardo. A bola acaba por sofrer um desvio na defesa e trai o guarda-redes, entrando na baliza. Estava inaugurado o marcador. Ao minuto 11, Rafael Martins lançado em profundida testou a atenção do guardião sadino que conseguiu defender para canto.

Ultrapassado o quarto de hora de jogo o Vitória conseguiu equilibrar o jogo, chegando algumas vezes com muita dinâmica à área adversária, mas sem criar qualquer tipo de perigo que colocasse em causa a tranquilidade de Ricardo Batista.

No restante da primeira etapa, viu-se um jogo muito divido com ambas as equipas a procurarem ter mais bola que a outra e tomar o controlo do jogo, que invariavelmente pertenceu ao Casa Pia.

A precisar de mexer com o jogo e o resultado, no regresso das cabines, Luís Loureiro coloca Zequinha em campo. O avançado sadino cumpriu a sua missão e foi um dos grandes obreiros do bom arranque de segunda parte que o Vitória FC fez. Os vitorianos podiam ter mexido com as redes um par de vezes. Primeiro com Rodrigo Pereira, ao minuto 62, com espaço e tempo viu Ricardo Batista negar-lhe o empate, após jogada de insistência do Vitória numa sequência de bola parada. Pouco depois, o guarda-redes casapiano voltou a ser protagonista agora a negar o golo de Zequinha, com um remate rasteiro, após jogada de grande dinâmica vinda da ala esquerda.

O jogo depois atravessou por um período menos bem jogado, com ambas as equipas a cometerem muitas faltas, brindadas com um critério apertado do árbitro António Nobre, que foi distribuindo amarelos. É neste momento que o Casa Pia consegue acalmar o jogo e retomar o controlo das operações, conseguindo chegar várias vezes à baliza de Leonardo, muito por Godwin, mas sem aumentar a vantagem.

Até ao fim, o Vitória tentou atingir o adversário, lutando muito e procurando os seus homens da frente, chegando a ter três avançados junto da área casapiana, Rodrigo Pereira, Zequinha e Camilo Triana, que entrou perto do fim. Contudo, os sadinos não conseguiram criar oportunidades e o resultado não mais se alterou.

Referência, ainda para a entrada de Rodrigo Mathiola, médio do Vitória, que voltou aos relvados após meses de ausência. O regresso acabou por ser curto, já que poucos minutos depois o jogador foi substituído, aparentando ressentir-se da lesão.

Nota para a expulsão de Ricardo Batista já depois do jogo. O guarda-redes, ele natural de Setúbal e formado no Vitória, foi sendo alvo de vários insultos durante o jogo, vindos da bancada sadina, pela forma como este procurou gerir o tempo e as paragens no jogo, procurando, por exemplo, retardar um pouco os pontapés de baliza. No final do jogo, feliz pela vitória, acabou por se dirigir aos adeptos do Vitória, gerando uma grande comoção na bancada, enraivecida com a sua atitude, que também motivou um pedido de explicações por parte de Zequinha. A confusão instalou-se por alguns momentos e o árbitro decidiu expulsar Ricardo Batista, entendendo a sua atitude como provocatória e antidesportiva.

Luís Loureiro reconheceu esforço da equipa

Após o final da partida, na conferência de equipa, Luís Loureiro era um treinador orgulhoso com a prestação da sua equipa, mas muito insatisfeito com o resultado. “Posso dizer que honramos a camisola do Vitória, mas não podemos esquecer que perdemos o jogo. A equipa está a aproximar-se daquilo que quero, posso reconhecer a entrega e esforço dos jogadores, mas a verdade é que perdemos. Não sou treinador de acreditar em Vitórias morais”, apontou o treinador.

Apesar de respeitar a prestação do Casa Pia, o técnico via outro resultado como mais ajustado. “Acho que a esta hora devíamos estar a jogar o prolongamento. Tinha a convicção de que podíamos empatar e forçar mais jogo”, sublinhou o treinador.

Questionado pelo Semmais sobre a situação de Rodrigo Mathiola, Luís Loureiro confirmou que se viu forçado a retirar o jogador, que tinha acabado de lançar, devido a lesão. “Sim, o Mathiola, infelizmente, acabou por sair lesionado. Assumo aqui a minha decisão. Sabia que o jogador tinha estado parado muito tempo, acabado de recuperar e e podia voltar a lesionar-se, como não podia, havia esse risco e decidi assumi-lo. Na minha ótica, até se lesionar, o Mathiola cumpriu perfeitamente em campo aquilo que nós tínhamos pedido. Infelizmente são coisas que acontecem. Agora é recuperar”, explicou.