Deslocação a Gaia neste sábado, para defrontar o Valadares, é a primeira final que as amorenses têm de vencer para se agarrarem à luta pela manutenção.
A equipa do Amora FC, a única do distrito no principal escalão feminino do futebol nacional, tem sido perseguida pelo fantasma da descida de divisão toda a época, tendo as amorenses ocupado o último lugar da BPI durante a competição.
O primeiro triunfo para o campeonato surgiu apenas à 14ª jornada, quando no dia 5 de março bateu o Atlético Ouriense, em Ourém, por 2-3. Motivadas, duas jornadas depois somaram o segundo, ganhando surpreendentemente o Famalicão, que luta pelos primeiros lugares da classificação, vencendo no Serrado, local onde o Amora disputa os seus jogos em casa, por 1-0 e aproximando-se da luta pela manutenção.
Contudo, no último jogo, a receção ao Marítimo, rival direto nesta luta, não podia ter corrido pior. As madeirenses apresentaram-se ao seu melhor nível, vencendo a partida por 0-3 e restabelecendo a distância entre as equipas, que tinha sido encurtada com os dois anteriores triunfos do Amora.
“Não estivemos ao nível que tínhamos de nos apresentar para vencer. Foi pena, podíamos ter dado um salto qualitativo na nossa situação, tanto na classificação como na moral da equipa.”, afirma João Mugeiro, treinador da equipa amorense, em conversa com o nosso jornal.
A matemática da manutenção é simples de fazer e, por isso, muito cruel. Neste momento, quando faltam quinze pontos por disputar, o Amora ocupa o último lugar, com seis pontos, menos seis que o Torreense e o Atlético Ouriense, em lugares de playoff de manutenção, e menos sete que o Marítimo que é a primeira equipa em zona de salvação. Esses sete pontos de diferença acabam por ser oito, já que o Amora tem desvantagem no confronto direto com as insulares, naquele que é o primeiro critério de desempate. “As jogadoras estão a esforçar-se e estão na luta. Enquanto for matematicamente possível garantir a manutenção não vamos baixar os braços e sei que elas vão ser as primeiras a dar sinais dessa luta”, sublinha o técnico.
Psicologia tem sido um dos principais adversários
Os jogos que se seguem são autênticas finais, em especial quando terá pela frente equipas que também lutam pela manutenção como Valadares Gaia (18pts), Clube de Albergaria (15pts) e Torreense (12pts). “Temos de ganhar o máximo de jogos possíveis, as jogadoras têm de estar preparadas para isso, temos de lutar por todos os pontos”, aponta João Mugeiro.
Nesta dura luta, a equipa terá de ser o mais forte possível psicologicamente, um fator que a tem perseguido toda a temporada. “Quando chegámos em novembro, vimos um grupo de jogadoras completamente derrotadas, com níveis mentais muito baixos. Essa foi a primeira preocupação. Devolver-lhes a alegria e a motivação”, explica o treinador.
Os erros do passado estão a ser pagos agora e a equipa terá de encontrar caminhos para dar a volta. “Quando estamos quase sempre atrás na classificação e sempre a perseguir o resultado, estamos mais longe de atingir os objetivos. Uma coisa é certa, elas têm trabalhado, esforçam-se e têm também feito de mim um melhor treinador. Há uma grande aprendizagem de todos e os adeptos estão do nosso lado”, conclui.