Persona 77 celebram primeiro disco com concerto na Casa da Música Jorge Peixinho

Depois de mais de uma década de trabalho, Daniel Vitorino, Henrique Vitorino, Filipe Peuch e Pedro Macieira avançam para o primeiro disco, apresentando a versatilidade e a inspiração em vários estilos.

“Senta-te” assim se chama o primeiro álbum da banda montijense Persona 77 que motiva o espetáculo que esta sexta-feira sobe ao palco da Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo.

Este trabalho é o culminar de doze anos de dedicação dos irmãos Daniel e Henrique Vitorino, aos quais se juntaram Filipe Peuch e Pedro Maceira. “No início não tínhamos um som definido. Fomos evoluindo e, a partir de certa altura, começámos a definir a nossa identidade, que acaba por ser muito variada com um leque de influências enorme. Estamos sempre à procura de fazer algo novo e diferente”, começa por contar ao Semmais Daniel Vitorino, vocalista e guitarrista da banda.

Apesar de se intitularem como banda de rock alternativo, a versatilidade do som, proveniente das diferentes influências que os vários elementos da banda trazem, acaba por ser uma das principais marcas. “Temos uma música, por exemplo, que lançámos no ano passado, a ‘Porta Aberta’, que vai estar neste álbum e tem muita influência de bossa nova. Somos claramente uma banda de rock, mas com temas que tocam outros géneros. O ‘Odisseia’, que também entra no álbum, tem uma parte de spoken-word e é mais atmosférico”, sublinha, por sua vez, Henrique Vitorino, baterista da banda. “Não tentamos replicar o que gostamos, mas procuramos que nos saiam naturalmente nos ensaios”, acrescenta o baixista Filipe Peuch.

Essa versatilidade, apesar de cultivada e de motivar a criação da banda, apresentou-se também como desafio na constituição do reportório para este primeiro álbum. “Este disco, como é o primeiro, e como em todas as bandas, não deixa de ser um pouco do resumo do que fizemos, não é de um género só. Podíamos ter saltado ainda mais, mas tivemos a preocupação de perceber como é que as músicas soavam juntas e se eram coerentes. Passámos a ter noção de que é preciso ter uma certa linha, para haver um conceito para um álbum. É isso que estamos a preparar para o futuro”, explica Henrique Vitorino. “Estamos cada vez mais próximos do nosso som, que acaba por ser um género próprio, com a mistura de vários sons”, sublinha, acrescentando o guitarrista Pedro Maceira.

Pelo meio há ainda uma forte componente poética nas letras, dada por Daniel Vitorino, que é o autor de todos os originais. “Acho que é uma característica cada vez mais forte e que nos tem vindo a identificar mais. Penso que a minha lírica vai ao encontro de um lado mais abstrato, para que cada pessoa tenha uma visão diferente da letra. O tipo de poesia que procuro fazer não é totalmente concreta, fica aberta à interpretação”, destaca o letrista.