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O mal-estar tem sido disfarçado, pelo menos publicamente, mas a decisão de dez diretores abandonarem o Vitória de Setúbal a poucos dias de fazerem dois anos de mandato mostra que algo não vai bem, no interior do clube.
Paulo Gomes, Rogério Sousa, Bruno Rodrigues, José Fidalgo e Mário Santos apresentaram, no dia 18, a Cardoso Ferreira, presidente da Assembleia Geral do clube, um pedido de renúncia aos cargos que ocupavam na direção sadina após as eleições de 2017.
A eles juntaram-se outros cinco dirigentes, Sérgio Casal, Aldo Nascimento, António Ramos, António Santana e Luís Jacob, o que faz com que a direção do clube fique sem quórum e obrigue a eleições até ao próximo dia 18 de janeiro.
A saída dos diretores sadinos foi anunciada através de um comunicado onde se ficou a saber que as situações que levaram à rotura não são recentes e que se esgotaram “todas as possibilidades de diálogo”.
No comunicado pode ler-se ainda que a decisão tomada foi “bastante ponderada e algumas vezes adiada”, mas que o facto de atualmente existir “um modelo de gestão diferente daquele que nos moveu em Dezembro de 2017” leva estes diretores a abandonar a direção, após insistência para que esse mesmo modelo se executasse.
Presidente do Clube surpreso
As eleições no clube deveriam acontecer, estatutariamente, durante o primeiro trimestre de 2020, mas a decisão tomada e a ausência de quórum, implica que as mesmas se antecipem. Estas demissões não são as primeiras, anteriormente já Pedro Gaivéo Luzio tinha deixado o clube em manifesta oposição à atual direção.
Até ao fecho desta edição não foi possível confirmar se algum dos diretores demissionários será candidato à liderança do emblema sadino, mas tudo leva a crer que será esse o objetivo.
Vítor Hugo Valente, o presidente do clube, mostrou-se surpreendido pela notícia que conheceu através das redes sociais, admitindo que “a pouco mais de dois meses das eleições, isto é surpreendente”.