As conclusões são da especialista em Geografia, Paula Santana, que afirma que a perda de população faz com que nestas zonas rurais exista, nos últimos 30 anos, uma elevada população idosa.
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A variação, segundo a coordenadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território em declarações à Lusa, foi “mesmo negativa em 68% dos municípios do país” (com particular incidência no Alentejo, Centro e Norte) e “positiva em apenas um terço, ou seja em 32%”.
“O território é muito desigual na distribuição da densidade populacional e, falando apenas do continente, há 20 municípios com densidade inferior a 10 habitantes por quilómetro quadrado”, mencionou Paula Santana.
De acordo com a professora da Universidade de Coimbra, no Alentejo e Centro há alguns concelhos rurais que têm densidades populacionais entre os quatro e sete habitantes. Exemplos desta baixa densidade populacional são os municípios de Gavião e Nisa, no distrito de Portalegre.
Na visão da especialista, está a criar-se nestes territórios uma situação de “risco demográfico”, causada pela perda de residentes, que se acentuou com a emigração da população ativa nos últimos 10 anos, com a baixa taxa de natalidade e fecundidade e com o aumento da esperança média de vida, que ultrapassa os 80 anos.
“Em algumas áreas rurais existem quase três idosos para um jovem, o que é mais do dobro do que existe nas áreas urbanas. Não estou a dizer que existem pessoas com mais de 65 anos em número absoluto nas áreas rurais, mas que a proporção de idosos sobre jovens é muito agravada nestas zonas”, explicou.