Segundo a Câmara Municipal do Seixal, o processo encontra-se atrasado devido à especulação imobiliária. A Associação de Desenvolvimento Social de Vale de Chicharros diz que os moradores aguardam com calma a resolução.
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A autarquia tinha como objetivo ter começado a segunda fase de realojamentos até ao fim de 2019, no entanto as burocracias e a especulação imobiliária têm dificultado o processo que pretende dar uma nova casa a quem vive em condições precárias, em edifícios inacabados.
“Infelizmente, este é um processo moroso e burocrático. Foi desenvolvido um procedimento para aquisição das habitações destinadas ao realojamento do qual não resultaram propostas para a totalidade das habitações necessárias, tendo em conta que os valores da portaria são baixos em relação aos preços de mercado praticados atualmente”, explicou a autarquia na nota de imprensa enviada à Lusa.
Além disso, disse o município, a “burocracia inerente a este tipo de procedimentos é também incompatível com os ‘timings’ do mercado imobiliário, em que as habitações são rapidamente transacionadas”.
Segundo a autarquia, “está a decorrer o processo de aquisição de 74 habitações para os moradores dos lotes 13, 14 e 15 de Vale de Chícharos, mais conhecido como Bairro da Jamaica, prevendo-se o reinício do processo até ao final de 2020”.
Apesar de 2019 ter sido um ano “zero” em termos de realojamentos, nas palavras do presidente da Associação de Desenvolvimento Social de Vale de Chicharros, Salim Mendes, os moradores estão “calmos a aguardar a resolução do problema, até porque têm uma boa relação com o município”.
“Os moradores estão a encarar bem porque a câmara esteve aqui em novembro e informou pessoalmente a população sobre o atraso. Vieram cá e subiram a cada casa para informar que, devido à especulação imobiliária, não conseguiram juntar as casas necessárias”, afirmou.
Recorde-se que a primeira fase de realojamentos dos moradores do lote 10 – em que 187 pessoas foram distribuídas por 64 habitações em várias zonas do concelho -, ficou concluída a 20 de dezembro de 2018. O projeto visa resolver a situação de carência habitacional de 234 famílias e tem um investimento total na ordem dos 15 milhões de euros, dos quais 8,3 milhões são suportados pelo município.