APG/GNR defende inquérito à gestão de alimentos no Centro de Portalegre

Na base do inquérito está uma notícia sobre o facto do Centro de Formação da GNR de Portalegre “deitar ao lixo dezenas de quilos de comida”.

 

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A Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) defende a abertura de um inquérito para apurar como são geridos os alimentos não consumidos no Centro de Formação de Portalegre (CFP) da GNR. “Deve ser aberto um processo de inquérito e de averiguações através da Inspeção Geral da Administração Interna” (IGAI), sustentou o coordenador da delegação do sul da APG/GNR, António Barreira, em declarações à Lusa.

A posição da APG/GNR surgiu na sequência de uma notícia divulgada, esta segunda-feira, pelo Jornal de Notícias (JN), segundo a qual a “GNR deita ao lixo dezenas de quilos de comida em Portalegre”, onde o centro de formação serve em média cerca de 1.350 refeições diárias.

Segundo o JN, a medida surgiu após a auditoria feita pela Unidade de Saúde Pública de Portalegre, da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejo (ULSNA), na sequência de um surto de gastroenterite que ocorreu na escola em outubro de 2018.

Em comunicado, o Comando-Geral da GNR escreve que “importa ressalvar que, para além de seguir as orientações de saúde pública, a não reutilização dos alimentos não consumidos cumpre as normas previstas no Regulamento CE n.º 1069/09 – Regras sanitárias relativas a subprodutos animais”. “Complementarmente, o CFP adotou medidas de maior rigor na marcação das refeições, por parte de todos os utentes, situação que tem contribuído para a redução dos excedentes”, lê-se na mesma nota.

Perante os relatos, António Bandeira afirmou “Uma vez que há divergências e as técnicas de saúde dizem na notícia que não deram nenhuma orientação, a única solução é fazer uma averiguação para ver se foram dadas essas indicações”.

Já o porta-voz da ULSNA, Ilídio Pinto Cardoso, contactado pela Lusa no sentido de obter mais esclarecimentos, escusou-se a prestar declarações sobre o caso.

No comunicado, o Comando-Geral da GNR escreve ainda que, na sequência do surto de gastroenterite ocorrido durante o 40.º Curso de Formação de Guardas e de acordo com as orientações da Unidade de Saúde Pública de Portalegre, conjuntamente com a Direção de Veterinária da GNR, foi promovido um conjunto de medidas “visando evitar a ocorrência de um novo surto”.

A realização de um curso de higiene e segurança alimentar, o qual “abrangeu todos quantos trabalham no CFP na área da alimentação, a reparação e aquisição de novos equipamentos para a cozinha e a alteração de procedimentos relativos à receção, armazenamento, confeção e distribuição dos bens alimentares” foram algumas das medidas adotadas.