A exposição relembra ofício antigo e a sua importância para a vida comunitária. Centenas de peças podem ser vistas no Centro Cultural do Redondo.
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“Na minha qualidade de barbeiro” é o nome da exposição que se encontra patente no Centro Cultural do Redondo. Trata-se de uma mostra promovida pela Câmara Municipal e que pretende não só homenagear os artífices de uma profissão que tem progressivamente vindo a desaparecer, como dar a conhecer a importância social e económica que a mesma assumiu naquela vila alentejana durante os séculos XIX e XX.
São dezenas as peças antigas que recriam as antigas barbearias. O material, onde se contam as pesadas cadeiras de ferro e grandes espelhos, foi recolhido por técnicos do município, que durante um ano fizeram um levantamento de todas as barbearias que existiram na localidade e, em simultâneo, tentaram recolher testemunhos que ilustram a importância da profissão.
“As barbearias eram pontos de encontro e de convívio. Ali tudo se discutia. Ali se sabiam as novidades e ali, tal como nas tabernas, se acertavam negócios”, sintetizou ao Semmais Digital uma funcionária municipal. “Para se perceber melhor a importância das barbearias, bastava ter escutado, durante a inauguração da exposição, o depoimento de um senhor que recordou a primeira vez que foi sozinho ao barbeiro, lembrando que isso foi como uma espécie de emancipação, a passagem de criança para adolescente com responsabilidades assumidas”, acrescentou.
No trabalho de campo desenvolvido, a Câmara Municipal do Redondo identificou 14 antigas barbearias, existindo agora na exposição um mapa que assinala, nas ruas da vila, a localização de cada uma delas.
A exposição foi inaugurada no dia 26 de janeiro e estará patente até final de fevereiro. Esta iniciativa da edilidade surge na sequência de uma outra realizada no ano passado, subordinada ao tema “Educação no Estado Novo”. Para 2021 o tema em destaque será também alusivo a ofícios quase extintos, neste caso os de alfaiate e costureira.