Mini manifestação na Moita contra o aeroporto na BA6

Cerca de 30 pessoas protestaram na manhã de terça-feira contra o novo aeroporto do Montijo, que deverá ser construído nos terrenos onde atualmente se localiza a Base Aérea número 6 (BA6), no Montijo.

 

Os protestos tiveram lugar junto ao Colégio Corte-Real, na Moita, onde o primeiro-ministro, António Costa, se deslocou para inaugurar uma creche.

“Isto é um crime e gostava muito de pedir pessoalmente ao primeiro-ministro que não faça o aeroporto aqui. Não quero que os meus netos sejam acordados de cinco em cinco minutos pelo ronco de quatro motores de grande capacidade. Cento e trinta decibéis já não é ruído, é dor e provoca a loucura”, lamentou à Lusa o morador Lúcio Janeiro, de 78 anos, que na vida ativa foi mecânico de aviões.

Outros manifestantes salientaram que a obra já aprovada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deveria ficar no concelho de Alcochete, na zona onde agora se localiza o Campo de Tiro da Força Aérea, reafirmando que os problemas ambientais seriam bem menores nessa área.

“Tudo isto é um somatório de erros e de pressões inaceitáveis sobre as populações e é isso que viemos dizer ao primeiro-ministro”, sintetizou José Encarnação, um dos membros da Plataforma Cívica BA6-Montijo Não!.

Os elementos da Plataforma pretendiam encontrar-se pessoalmente com António Costa, o que não foi possível, tendo-se limitado a entregar a um dos seus assessores um dossiê onde constam os seus motivos. Pretendem ainda vir a ser recebidos numa reunião a marcar.

Em Janeiro deste ano a APA anunciou que o projeto do novo aeroporto no Montijo recebeu uma decisão favorável condicionada em sede Declaração de Impacte Ambiental (DIA), mantendo cerca de 160 medidas de minimização e compensação a que a ANA – Aeroportos de Portugal, terá de dar cumprimento. O custo desses trabalhos ascende a cerca de 48 milhões de euros.