Edifício romano próximo de Serpa parcialmente destruído

O condutor de uma retroescavadora destruiu parcialmente um sítio arqueológico com vestígios romanos e da Antiguidade Tardia. O facto ocorreu nos últimos meses de 2019, tendo o homem justificado o ato por pensar que naquele local apenas existia apenas “um monte de pedras”.

 

A notícia, avançada pelo Público na edição desta sexta-feira, diz que o local agora destruído é um dos cerca de 6800 sítios arqueológicos detetados na zona de intervenção da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Estruturas do Alqueva. Foram técnicos desta empresa que detetaram a utilização de uma máquina sobre o local dos vestígios, sítio esse de onde foram retiradas pedras e aberto um buraco.

Os mesmos técnicos terão depois interpelado o condutor de uma retroescavadora, o qual disse que sempre pensou que ali existia apenas um monte de pedras e que nunca o local terá sido assinalado como um sítio arqueológico.

De acordo com um arqueólogo citado pelo mesmo jornal, os vestígios em causa são de um edifício romano que terá sido sujeito a diversas reformas construtivas durante a Antiguidade Tardia, entre os séculos V e VI d.C.

A notícia dá ainda conta que dos cerca de 6800 novos sítios inventariados no âmbito do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, 1700 já terão sido intervencionados. Parte desse património, referem os mesmos responsáveis, terá sido destruído devido à instalação de culturas intensivas.

No caso da Torre Velha 1, onde nas imediações está a ser construída a Barragem da Lage, que integra o sistema de rega do Alqueva, será difícil atribuir a intenção de crime com dolo ao condutor da máquina. Isto apesar de, segundo a EDIA, o homem não estar autorizado a efectuar quaisquer trabalhos na zona afetada.