Concurso para aquisição de transportes prevê o maior reforço em Setúbal

O concurso público internacional para a aquisição do transporte rodoviário da Grande Lisboa, para os próximos sete anos, foi lançado esta terça-feira. O número de veículos aumentará 40% e península de Setúbal será a zona mais reforçada.

 

“O maior concurso público promovido a nível nacional, sem histórico” para a aquisição do transporte público rodoviário na Área Metropolitana de Lisboa (AML) que deverá servir os 2,7 milhões de habitantes dos 18 municípios desta região nos próximos sete anos, já foi lançado.

Envolve um reforço superior a 40% da oferta de autocarros que, todos de cor amarela e com a marca Carris Metropolitana, segundo as previsões, devem começar a operar em meados de 2021.

O concurso, que envolve um valor superior a 1,2 mil milhões de euros, vai substituir as concessões que estão atualmente em vigor, sendo que se prevêem também mudanças na rede de autocarros na Grande Lisboa, e o reforço e modernização da frota para a tornar mais sustentável.

As novas linhas, de acordo com os mapas apresentados, estão mais concentradas na margem sul, sendo a Península de Setúbal “a mais beneficiada” com o alargamento da rede, porque é também a que tem uma oferta mais deficitária, disse aos jornalistas Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-secretário da AML.

O sistema de bilhética, atualmente a cargo da Otlis, será revisto e será criado um sistema de informação único, com um mapa único de rede, construído com o contributo dos municípios e tendo em conta os movimentos pendulares que existem entre os concelhos, e que integrará também as ligações a meios de transporte, como o comboio, metro ou barco.

A Grande Lisboa foi dividida em quatro lotes – dois na margem norte e dois na margem sul do Tejo – aos quais as empresas de transporte poderão concorrer (as empresas vencedoras não podem deter mais de 50% da oferta, o que significa que só pode vencer mais do que um lote se um deles for o lote 4, que tem menor dimensão).

A adjudicação deverá decorrer até ao verão, sendo que as empresas vencedoras deverão ser aquelas que apresentarem as propostas com melhor relação qualidade-preço (85% preço e 15% para a idade média da frota). Os novos autocarros deverão estar prontos a circular em meados do próximo ano. As empresas terão um período transitório de dez meses ​para adaptarem toda a frota às exigências do concurso.

De acordo com o director do departamento de gestão e planeamento dos sistemas de transporte e mobilidade da AML, Sérgio Pinheiro, não poderão circular autocarros com mais de 16 anos no arranque da operação, sendo a idade média exigida de oito anos. Já no quinto ano do contrato, os veículos com mais de 12 anos terão de ser substituídos, sendo que todo o material circulante deverá ter, em média, seis anos.

Os novos operadores terão ainda de ter grande parte da frota acessível a passageiros com mobilidade reduzida e que se movam em cadeiras de rodas.