Municipalização da Cultura debatida hoje em Évora

A pergunta “Municipalização da Cultura?” é o ponto de partida dos debates que se realizam esta terça-feira em 10 cidades, entre as quais Évora.

 

O tema foi lançado por um artigo do gestor cultural Rui Matoso, publicado em novembro, com o título “A insustentável leveza do municipalismo cultural”, no qual se questionava: “É a uma câmara que cabe a função de promover, por exemplo, um Festival Transcultural? Ou, pelo contrário, a sua função deve ser a de gerar políticas, ferramentas e condições de produção para que os atores sociais, designadamente minorias, construam um projeto participado e sustentado?”

“Na pior das hipóteses, o resultado do ‘Municipalismo Cultural’ é o de um conformismo pluralista, no qual a lógica do poder (monolítica e coerciva) é reproduzida pelos agentes culturais, colaborando estes – por medo ou receio de perder a confiança dos eleitos – na sua difusão acrítica. Este municipalismo monstruoso pode então ser entendido como uma espécie de colonialismo cultural, pois ao mesmo tempo que satura as localidades com padrões culturais arbitrários e ilegítimos, destrói os ecossistemas de cultura na sua biodiversidade social”, acrescenta Rui Matoso, no mesmo texto publicado no Público.

Em Évora o debate tem lugar na Igreja de São Vicente, pelas 18h30 desta terça-feira, e conta com a presença de José Russo, do CENDREV; Marcial Rodrigues, do Grupo Pro-Évora; do diretor da Divisão de Cultura e Património da Câmara Municipal de Évora, Miguel Pedro; e de Pablo Vidal, da Sociedade Harmonia Eborense.

Para além da cidade alentejana, acolhem a iniciativa à mesma hora Angra do Heroísmo, Castelo Branco, Faro, Funchal, Lisboa, Ponta Delgada, Porto, Torres Novas e Vila Nova de Famalicão.