Tutela reitera que produção de hidrogénio verde arranca em 2021 em Sines

Depois de ter sido assumido como uma das prioridades do Governo em matéria de energia para os próximos anos, esta quarta-feira o Ministro do Ambiente reiterou a ideia no Parlamento.

 

Segundo Matos Fernandes, o Executivo quer arrancar “no início do próximo ano com o projeto de produção de hidrogénio verde à escala industrial”.

Anunciado pelo secretário de Estado da Energia no final de 2019, o projeto industrial de hidrogénio verde prevê a instalação de uma grande unidade industrial em Sines, mas não será transversal a outros territórios. “A produção de hidrogénio verde não se resume a Sines, haverá projetos de escala variável, dispersos pelo território, estando o Governo a preparar um plano de ação para o hidrogénio, no qual o apoio à produção descentralizada será uma das prioridades”, afirmou o ministro esta manhã durante a audição.

O projeto está, para já, a ser estudado em conjunto com a Holanda, mas o Governo já admitiu abertura para negociar com outros países. Até 2030, o hidrogénio verde deverá captar um investimento na ordem dos três mil milhões de euros, para uma produção estimada de 175 mil toneladas, no máximo, por ano.

“Juntamente com a nova legislação sobre comunidades de energia, a produção descentralizada de hidrogénio é uma oportunidade para atrair investimento para o interior, permitindo a cada território tirar o melhor partido dos seus recursos endógenos e, assim, participar ativamente na transição energética, mostrando que a descarbonização, embora seja um desafio, é sobretudo uma oportunidade”, rematou o ministro perante os deputados da Comissão de Ambiente.

O projeto aproveitará as “vantagens estratégicas” do porto de Sines, bem como o baixo preço de produção de energia elétrica solar em Portugal. O objetivo é tornar o país numa potência do hidrogénio à escala mundial, como o Governo já admitiu noutras ocasiões, e assim reduzir as importações e a dependência energética. “É também um projeto de desenvolvimento económico e social, que criará ou requalificará emprego já existente, podendo ser apoiado por fundos europeus e por financiamento do Banco Europeu de Investimento”, concluiu o ministro.