A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) vai propor ao Governo a alteração da classificação da Igreja e antigo Convento de São Francisco e Fábrica Robinson, em Portalegre, segundo um anúncio publicado em Diário da República (DR).
Estes dois espaços encontram-se classificados como conjunto de interesse público (CIP), tendo esta alteração o objetivo de “abranger todas as estruturas fabris incluindo o património móvel integrado”.
No anúncio, é explicado que o conjunto em causa dispõe de uma zona especial de proteção (ZEP) e que os elementos relevantes do processo, nomeadamente a fundamentação, despacho, lista do património móvel integrado a classificar e planta do conjunto e da respetiva ZEP, estão disponíveis para consulta nas páginas de Internet da DGPC, da Direção Regional de Cultura do Alentejo e do município de Portalegre.
Em junho de 2019, o Partido Ecologista “Os Verdes” anunciou que tinha avançado com o pedido de abertura do procedimento de classificação de todo o espólio da antiga corticeira Robinson, como bens culturais de interesse público.
Fundada em 1837, a antiga fábrica corticeira que está situada num espaço contigo à Igreja e antigo Convento de São Francisco, ocupa uma área com cerca de sete hectares em pleno centro histórico daquela cidade.
A unidade cessou a atividade industrial em 2009, na sequência da insolvência da Sociedade Corticeira Robinson.
As duas imponentes chaminés da antiga fábrica marcam o perfil da cidade, sendo um dos “cartões-de-visita” do Alto Alentejo.
Em 2017, um grupo de cidadãos, entre eles dirigentes de “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma petição com mais de quatro mil assinaturas para “salvar e valorizar” o património cultural e material da antiga Fábrica Robinson.
No mesmo ano, a petição foi discutida na Assembleia da República, que aprovou por unanimidade uma recomendação ao Governo no sentido de salvaguardar e valorizar o património industrial da antiga fábrica corticeira.
À margem deste anúncio em DR, a Câmara de Portalegre, na mais recente reunião do executivo municipal, deliberou, por unanimidade, dar início ao procedimento de classificação de cerva de 40 imóveis do concelho, como monumentos de interesse municipal (MIM).
Em comunicado, o município explica que esta lista inclui imóveis propostos para classificação no Plano Diretor Municipal (PDM) de 2011, apresentados pelos seus proprietários e por munícipes, em reunião de câmara, e também por técnicos do município, tais como casas brasonadas, conventos, igrejas, um conjunto habitacional popular, edifícios modernistas e contemporâneos.
Entre os 40 imóveis que o município espera ver classificados destacam-se os edifícios da Fábrica Real e Colégio de São Sebastião, Casa Nobre – Palácio Accioli, igrejas de São Cristóvão, Santana, Santo António e São Lourenço, Paço Episcopal, Tribunal de Portalegre, Café Alentejano, Convento de Santo António, Palácio Póvoas ou a praça de touros de Portalegre.
“Com o mesmo objetivo, já este ano se concluíram os processos de classificação como MIM dos antigos Paços de Concelho, da Casa Museu José Régio, do Museu Municipal de Portalegre, do Convento de Santo Agostinho e do Sindicato dos Corticeiros, e no ano passado, do Teatro Portalegrense”, lê-se no documento.