Até final de setembro, já fecharam no distrito de Setúbal 180 empresas

Até setembro, o distrito de Setúbal perdeu 180 empresas. E em matéria de novos negócios é o que menos registos apresenta, face a igual período do ano passado.

Os primeiros nove meses do ano ditaram o fecho de 180 empresas no distrito. Um aumento de insolvências de 4,6%, em comparação com o período homólogo de 2019.  Os dados são da Iberinform, a organização espanhola especializada em crédito e caução, que analisa o comportamento e desempenho das empresas da Península Ibérica.

O relatório aponta ainda para a criação de 1.939 novas empresas, um número que, comparado com o mesmo intervalo do ano passado, revela a mais alta variação negativa registada em todo o país, ou seja, menos 33.4%. Até setembro, os novos negócios representam apenas 4.6% do universo empresarial do distrito.

Confrontado pelo Semmais com os números, Nuno Maia, presidente da AISET – Associação da Indústria da Península de Setúbal, deixa antever que este é o primeiro sinal daquilo que vamos ter pela frente, afirmando que “as consequências reais desta inédita e severa conjuntura ainda estão por se anunciar totalmente”.

Para o mesmo responsável, “a crise resultante da pandemia não tem paralelo na História. As anteriores crises económicas ou sanitárias não tiveram esta dimensão. Pela primeira vez, todo o mundo, em simultâneo, desacelerou ou quase encerrou”.

Os impactos financeiros estão à vista e a subida das insolvências não surpreende o presidente da AISET, até porque, afirma, “num primeiro momento de brusca travagem económica é natural que inúmeras empresas tenham que cessar atividade por deixar de ter mercado e viabilidade”.

Contudo, Nuno Maia lembra que a crise tem embates distintos no distrito. Se “na península de Setúbal as inúmeras empresas industriais que estão vocacionadas para a exportação sentem naturais quebras na procura, as PMEs ligadas ao turismo, restauração e comércio de proximidade, espalhadas por todo o território, são as que mais sofrem”.

Quanto a saídas para o atual momento, lança dois desafios. Por um lado, a necessidade de modernização das empresas do distrito, e por outro pede a intervenção do Governo “para que volte a criar e agilizar as condições de acesso aos fundos comunitários”.