Apesar de ainda longe do desejável, o balanço dos resultados do verão turístico no distrito é positivo. Maioria dos visitantes foram nacionais.
Lotado. Foi desta forma que Vítor Fernandez da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, avaliou o verão de 2021 no que concerne aos quatro concelhos do Litoral Alentejano integrados no nosso distrito, nomeadamente Grândola, Santiago do Cacém, Alcácer do Sal e Sines.
A explicação reside, por um lado, num mercado interno que estava habituado a fazer férias fora do país e que, este ano, se viu impedido de o fazer devido às restrições impostas pela pandemia. Um número significativo de portugueses juntou-se assim aos “turistas habituais”. Já os estrangeiros, embora os fluxos tenham sido tímidos, foram superiores aos registados em 2020.
A isto há que juntar um fenómeno interessante. O do excesso de – ou pelo menos muita – procura, que fez subir os preços. Ao ponto, realça o mesmo responsável, de “os valores praticados no Alentejo serem mais elevados do que os praticados nos melhores hotéis em Lisboa.
Feitas as contas, 2021 correu melhor do que o ano passado mas ainda longe de 2019. Contudo, o crescimento registado não foi suficiente para cobrir todas as perdas. O que leva Vítor Fernandez da Silva a referir que “a região ainda tem a recuperar cerca de 40% das quebras”.
Mas estes bons resultados não são exclusivos do Litoral Alentejano. “O verão de 2021 na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se incluem os nove municípios da península de Setúbal, do ponto de vista da procura cresceu bastante relativamente ao ano transato, mais do que triplicando as dormidas no alojamento turístico”, diz ao Semmais Jorge Humberto Silva, diretor do departamento operacional, na Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa. No entanto, tal como no Litoral Alentejano, os valores ainda estão longe dos alcançados em 2019.
E se nos concelhos do Litoral as praias são a principal atração, já na península, segundo o diretor da ERT-LVT a oferta é mais diversificados. Jorge Humberto Silva dá como exemplo o Turismo de Natureza (Tejo; Arriba Fóssil da Caparica; Arrábida; Sado) e o Enoturismo (Palmela; Setúbal; Montijo) “que permitem à nossa região complementar alguns produtos tradicionais como o Turismo de Cidade, o Col e Mar, o Golfe ou o Turismo de Negócios”.
Apesar de ainda insuficientes para cobrir as perdas, os valores obtidos, partindo do princípio de que a situação pandémica mundial não se agrava, dão bons indicadores de recuperação. Mesmo assim Jorge Humberto Silva alerta que o “setor precisa ainda de manter um conjunto de incentivos financeiros que permitam sustentar o nível e a qualidade da oferta”.