Num comunicado intitulado “Do Orgulho e da Paz”, o presidente do Vitória de Setúbal, Paulo Rodrigues, anuncia que deixará juntamente com a equipa a direção do Clube que o acompanha independentemente do resultado da Assembleia Geral Extraordinária marcada para esta sexta-feira.
Contestado desde a primeira hora, Paulo Rodrigues, eleito no passado dia 18 de outubro, deverá deixar a direção do Clube seja qual for o resultado da Assembleia Geral Extraordinária marcada com um ponto único de destituição da direção.
Através de comunicado, o ainda líder dos sadinos aponta fortes críticas à câmara municipal e à sua presidente, assegurando que, em negociações conseguiu um pré-acordo com a Parvalorem para um perdão de 17 milhões de dívida, mas que para isso acontecer “é fundamental” a cooperação da autarquia. “Esperámos e insistimos até ao último momento possível para perceber se a Sra. presidente nos receberia, não para ser um apoio, mas para no mínimo serem profissionais e demonstrarem preocupação verdadeira para com o Vitória FC.” lê-se no comunicado. Paulo Rodrigues vai mais longe e considera que “sem o profissionalismo da Câmara e da Sra. presidente não fará sentido continuar a lutar para implementar as soluções que temos, pois nunca quererão trabalhar connosco, e nunca haverá paz, e será cada vez mais criado o inferno.”
As críticas estendem-se ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Nuno Soares, acusado de ser “subserviente dos interesses político partidários da cidade”, uma vez que o mesmo é funcionário da autarquia.
Elencando as várias medidas tomadas neste pouco mais de mês e meio de direção, Paulo Rodrigues destaca os pagamentos realizados no valor de 150 mil euros “começámos a regularizar os salários dos funcionários, os salários dos jogadores, pagámos seguros, pagámos eletricidade, pagámos água, pagámos PER, chegámos a acordo com o clube Taubaté que permitiu desbloquear o gravíssimo problema junto da FIFA” e a existência de um novo potencial investidor que asseguraria os salários de Novembro e Dezembro, assim como o subsídio de Natal, mas que “perante todas as informações relativas à AGE, decidiu adiar” o seu envolvimento com o clube.
Orgulhoso do trabalho que fez, o presidente assume que “mesmo que ganhe a votação da Assembleia Geral Extraordinária desta sexta-feira dia 4 de Dezembro, sairemos da Direção do Vitória Futebol Clube”, no entanto, na comunicação não indica uma data o que leva alguns sócios a considerar que este anúncio é uma “manobra” para desmobilizar os associados na ida às urnas. A Assembleia Geral extraordinária de sexta-feira, em que o ponto único da ordem de trabalhos é a “revogação do mandato dos atuais órgãos sociais”, realiza-se na sala do Bingo, do Estádio do Bonfim, entre as 11:00 e as 21:00.