Em conversa com o Semmais, o piloto de Almada traça como meta para 2021 “somar vitórias”

Miguel Oliveira quer continuar na senda das vitórias no MotoGP, mas também está atento à realidade nacional. Em declarações ao Semmais, defende mais apoios para a modalidade e deixa conselhos aos jovens que despontam.

Miguel Oliveira, o motociclista da Charneca da Caparica, Almada, que recentemente terminou o Mundial de MotoGP na nona posição, reforçando a posição de expoente máximo da modalidade em Portugal, já tem objetivos definidos para a próxima época: “Somar vitórias”.

Em declarações ao Semmais, o piloto da Red Bull KTM, ainda a receber os louros das vitórias obtidas durante o primeiro ano a correr na categoria máxima, nas provas disputadas na Áustria e em Portugal, revelou que só já pensa em somar mais triunfos, salientando, contudo, que “é necessário contar com os adversários, equipas e motos”. “Mas acredito que é possível continuar a vencer”, disse.

Reconhecendo que “por força do êxito alcançado” é “cada vez mais solicitado”, o piloto de Almada deixa um recado aos jovens que se estão a lançar na modalidade, dizendo-lhes “para fazerem como eu: nunca desistam do sonho”.

Na conversa com o nosso jornal, Miguel Oliveira, comentando a modalidade, a adesão e o eventual surgimento de novos valores, refere que “surpreendentemente, face à pandemia, este foi um ano positivo, com as grelhas bastante preenchidas”. “Acredito que é necessário continuar com projetos de iniciação bem estruturados, como é o caso da Oliveira Cup, que este ano permitiu que as grelhas do Campeonato Nacional de Velocidade estivessem bem preenchidas”.

Observador atento da realidade nacional, o motociclista também não se escusou a apontar um dos nomes que considera emergentes e que, em sua opinião, poderá a curto e médio curso ingressar na alta roda do motociclismo. “Falando dos mais jovens, o Afonso Almeida, atual campeão nacional na categoria de Moto4, é um piloto com características que lhe poderão permitir chegar longe, mas isso só o tempo o dirá”, afirmou.

Sobre a progressão da modalidade no país, Miguel Oliveira entende que “não havendo apoios do Estado, cabe à federação de motociclismo arranjar incentivos e patrocinadores, criando condições para que os mais jovens se destaquem”. “Num país tão pequeno, mas, com tanto talento, não seria demais a federação apoiar uma estrutura desportiva, à semelhança do que fazem outras federações e clubes, para que os jovens possam crescer neste desporto”, concluiu.