Insolvências na região de Setúbal já ultrapassam a centena este ano

Nos primeiros quatro meses do ano, contabilizaram-se mais de 108,8% de insolvências em relação ao mesmo período homólogo de 2020 no distrito de Setúbal.

Na região, as insolvências dispararam 5,8% nos primeiros quatro meses deste ano, face ao mesmo período do ano passado. Foram mais de 119 casos de insolvência, número que foi ainda assim influenciado pelo encerramento de processos pendentes. Os dados são da Iberinform, a organização espanhola especializada em crédito e caução que analisa o comportamento e desempenho das empresas da Península Ibérica. No país, o número de entidades insolventes cresceu 44% entre janeiro e abril de 2021, face ao período homólogo de 2020, com um valor absoluto acumulado de 2.045 insolvências, motivado em grande parte pelo encerramento de processos.

Ao Semmais, a filial da Crédito y Caución informa que, em termos absolutos, o maior número de insolvências registou-se no Porto, com 503 entidades a declarar insolvência, seguido de Lisboa, com 408. A uma larga distância surge o distrito de Setúbal, com 119 casos. Em termos percentuais, a variação no primeiro quadrimestre deste ano, na nossa região, aumentou +109%, o terceiro distrito com maior variação a seguir a Vila Real (+300) e Guarda (+217%).

Por setores, e uma vez que a Iberinform não divulgou dados distritais, registaram-se aumentos de insolvências em todas as áreas de atividade a nível nacional, com exceção do setor da agricultura, caça e pesca. O setor das telecomunicações foi o que apresentou maior número de insolvências, +400% em termos homólogos.

Apesar dos números não serem animadores no que se refere a empresas, o mesmo documento também menciona que, nos primeiros quatro meses do ano, as constituições cresceram quase 194% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, o distrito de Setúbal não acompanhou a tendência do país. Criou 960 novas firmas, menos 1,6% em relação ao mesmo período de 2020. O número mais significativo de constituições registou-se em Lisboa, com 3973 novas empresas.

Foi na indústria extrativa (+100%), comércio a retalho (+54%) e agricultura, caça e pesca (+39%) que se registaram variações mais expressivas no número de novas empresas no país. Cenário diferente para os transportes (-50%), eletricidade, gás, água (-34%) e hotelaria e restauração (-15%) que apresentaram quedas.