O ministro das Infraestruturas reiterou hoje que os municípios que seriam afetados pelo aeroporto do Montijo “travaram novamente uma infraestrutura de importância nacional”, devido a uma “lei errada”, que já devia ter sido alterada.
“Os municípios (…) travaram novamente uma infraestrutura de importância nacional, achamos nós (Governo)”, afirmou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que está a ser ouvido no parlamento.
Para o governante, tal deveu-se a “uma lei errada”, que, dentro do quadro legal nacional, “deveria ter sido alterada há mais tempo”.
“Para mim era muito claro que devíamos ter alterado a lei, uma lei que é errada e o parlamento existe, obviamente, para legislar”, acrescentou Pedro Nuno Santos.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou, em 24 de março, também no parlamento, que a lei que altera o veto das autarquias na localização do aeroporto avançará quando o processo de avaliação ambiental estratégica estiver no terreno.
“Será feita uma avaliação ambiental estratégica que vai comparar a solução que tínhamos chegado com uma variante: Portela mais um ou aeroporto do Montijo mais (Aeroporto) Humberto Delgado, e Alcochete, que era a solução consolidada imediatamente antes da solução Montijo”, acrescentou o ministro, na ocasião.
Pedro Nuno Santos salientou também que a atual lei, que dá o poder de veto às autarquias na construção de aeroporto civis nacionais, “não faz sentido”, daí a proposta de lei para a sua alteração.
“Consideramos que a lei é errada e que nenhum município sozinho deve ter o poder de bloquear a construção de uma infraestrutura de importância nacional”, salientou o ministro.
“Esta é uma prerrogativa que existe apenas para os aeroportos (…), aliás quem acha que a lei não deve ser alterada deveria ser coerente no que diz respeito a outras infraestruturas, nomeadamente as rodoviárias e ferroviárias”, acrescentou.
O parecer negativo das câmaras do Seixal e da Moita e a não emissão por Alcochete levaram a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) a recusar emitir um parecer prévio de viabilidade ao aeroporto do Montijo e, consequentemente, o Governo decidiu avançar com uma avaliação ambiental estratégica para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa.