Os presidentes das câmaras de Cuba e Vidigueira transmitiram ao Governo “preocupações sobre o atraso” na construção do bloco de rega nestes concelhos, tendo recebido a garantia de que “existe vontade política” para o concretizar.
Em comunicado conjunto enviado hoje à Lusa, João Português e Rui Raposo, autarcas de Cuba e Vidigueira, respetivamente, revelam ter reunido na terça-feira com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
Neste encontro, manifestaram “preocupações sobre o atraso no lançamento das obras do Bloco de Rega de Cuba e Vidigueira”, integrado no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA).
“Têm vindo a ser adiadas” as obras deste projeto, “cuja conclusão chegou a estar prevista para 2020” e que envolve um investimento na “ordem dos 8,5 milhões de euros”, dizem.
A ministra da Agricultura “informou estar concluído o Estudo de Impacto Ambiental” elaborado pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).
E “deu garantias” de que, “durante o último trimestre deste ano”, eventualmente no “mês de outubro”, aquele poderá ser apresentado, assim como “o cronograma financeiro para arranque e concretização da obra”, afirmam.
Segundo os presidentes das duas câmaras, Maria do Céu Antunes “deu ainda garantias” de que “existe vontade política por parte do Governo” para concretizar o projeto, “prioritário no que diz respeito às obras consideradas no Plano Nacional de Regadio”.
Manifestando “agrado” relativamente a estas informações, os presidentes dos dois municípios assinalam que mantêm “a expectativa (de) que se venham, desta vez, a concretizar as metas transmitidas” pelo executivo.
João Português e Rui Raposo lembram ainda “a importância” da construção deste bloco de rega, que vai permitir beneficiar 1.190 hectares de área agrícola nos dois municípios.
“Não apenas para dar sustentabilidade a um número significativo de investimentos já feitos e a outros em curso por parte dos agricultores, mas também para potenciar outros investimentos agrícolas”, indicam.
No final de julho, os agricultores destes dois concelhos alentejanos já exigiram a construção do bloco de rega, nomeadamente num encontro, realizado em Vidigueira, com os autarcas e os deputados eleitos pelo círculo de Beja.
Na altura, o presidente da Adega Cooperativa de Vidigueira, Alvito e Cuba (ACV), José Miguel Almeida, argumentou à Lusa que a conclusão deste projeto estava prevista para este ano, mas as obras nem chegaram a arrancar, o que prejudica os agricultores locais.
Contactado pela Lusa, na sequência desse protesto, o presidente da administração da EDIA, José Pedro Salema, justificou o atraso na concretização do projeto com a ausência de “uma fonte de financiamento”.
“Esta obra foi prevista no Programa Nacional de Regadios”, mas “é preciso haver um aviso e uma candidatura e isso ainda não aconteceu”, frisou, acrescentando: “Sem financiamento é impossível lançar qualquer empreitada”.