A cooperativa Taipa, com sede em Odemira, está a dinamizar um projeto-piloto para prevenir e reduzir o “impacto psicológico” da pandemia de covid-19 entre a população do concelho.
O projeto “Co’vid(izer) Saúde Mental”, promovido pela Taipa — Organização Cooperativa Para o Desenvolvimento Integrado do Concelho de Odemira, pretende promover “a saúde mental e o bem-estar psicológico” da população, disse hoje à agência Lusa a vice-presidente da instituição, Teresa Barradas.
Segundo esta responsável, “o isolamento social” e “a alteração dos hábitos e das rotinas pessoais e profissionais” devido à pandemia “tiveram um impacto na saúde mental de pessoas de todas as idades”.
Uma situação que a Taipa “pôde constatar” localmente, com “o aumento de situações de fragilidade psicológica nos beneficiários diretos dos seus projetos de intervenção social”, afiançou Teresa Barradas.
A vice-presidente acrescentou que, nos últimos meses, a organização recebeu “muitos pedidos e referenciações para acompanhamento psicológico de pessoas idosas, cuidadores informais, vítimas de violência doméstica e de outras situações que sofreram um agravamento enquanto consequência indireta da pandemia”.
Nesse sentido, a iniciativa “Co’vid(izer) Saúde Mental”, que arrancou em agosto, destina-se a “toda a população residente no concelho de Odemira, independentemente da sua idade” e vai decorrer como projeto-piloto até final deste ano.
A intervenção é fruto da candidatura da TAIPA ao programa municipal “Sinergias Sociais”, promovido pela Câmara de Odemira, que financia o projeto com o montante de 10 mil euros.
O plano de ação envolve “um conjunto de atividades promotoras do envolvimento de diversas franjas da comunidade”, nomeadamente profissionais de saúde, bombeiros, idosos, estudantes e crianças, explicou Teresa Barradas.
A dirigente adiantou que a criação de um serviço de apoio psicológico, tanto presencial como não presencial, para providenciar “apoio emocional, aconselhamento e encaminhamento em situações de crise” é uma das ações previstas.
O projeto inclui ainda “sessões de intervenção” em grupo para profissionais de saúde e bombeiros que estão na “primeira linha” do combate à covid-19, “com base em técnicas de ‘mindfulness’ e autocuidado”.
Sessões de terapia comunitária integrativa “junto da população idosa” e uma intervenção e prevenção “ao nível da gestão da ansiedade, stress e depressão” em jovens do ensino secundário do concelho são outras das ações programadas.
A Taipa conta também dinamizar momentos de terapia pela arte “com crianças do quarto ano de escolaridade”, já no início deste ano letivo, a par da divulgação de “material informativo sobre saúde mental no contexto pandémico” na sua página na rede social Facebook.
Após o término do projeto-piloto, a cooperativa espera “garantir um financiamento que permita a continuidade” da iniciativa a partir de 2022.
O objetivo será, “não só prolongar a duração desta intervenção, como também, numa segunda fase, ajustar a resposta às novas necessidades de intervenção psicológica que, entretanto, forem identificadas no âmbito da implementação deste projeto no terreno”, concluiu Teresa Barradas.