Projeto em Évora busca inclusão social através da dança contemporânea

A dança contemporânea vai promover a inclusão social no distrito de Évora, graças a um projeto dirigido a jovens, idosos e portadores de deficiência mental, que arranca em 2 de dezembro.

O projeto, intitulado “Dança Inclusão”, é da responsabilidade da Companhia de Dança Contemporânea de Évora (CDCE) e vai ser desenvolvido entre 2 de dezembro e o início de 2023, divulgou a entidade promotora, em comunicado enviado à agência Lusa.

“Já estamos a realizar sessões de apresentação do projeto, desde 2 de novembro, nos nove concelhos do distrito que estão abrangidos, mas o arranque oficial é a 2 de dezembro, com o início das atividades”, precisou à agência Lusa Rafael Leitão, da CDCE.

Esta iniciativa de integração social através da dança surge no âmbito do Transforma – Programa para uma Cultura Inclusiva do Alentejo Central, promovido pela Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC).

Trata-se de um projeto “que considera a dança contemporânea como agente promotor e facilitador da inclusão social junto de vários grupos de indivíduos” residentes em nove concelhos do Alentejo Central, explicou a CDCE.

Évora, Montemor-o-Novo, Viana do Alentejo, Arraiolos, Borba, Redondo, Portel, Reguengos de Monsaraz e Estremoz são os municípios envolvidos nas atividades formativas e lúdicas programadas.

“A dança contemporânea é, por natureza, uma atividade com características globalizantes. Ao incidir no desenvolvimento pessoal e social do indivíduo, tem um contributo significativo a oferecer à grande tarefa de auxiliar e formar indivíduos”, destacou a companhia.

Pela sua diversidade de linguagens, métodos e recursos expressivos, a dança é uma “ferramenta de trabalho social, educativo, cultural e terapêutico”.

E que promove “o desenvolvimento de competências artísticas, a qualidade de vida dos indivíduos, a capacitação de indivíduos em diversos contextos sociais e educativos e a construção de um trabalho sócio-educativo-cultural que contribui na redução de assimetrias sociais e culturais”, frisou.

A realização de oficinas de dança e de criação artística é uma das ações do “Dança Inclusão”, dirigidas a jovens, idosos e pessoas portadoras de deficiência mental, segundo a companhia.

O programa formativo vai incluir “diferentes valências expressivas baseadas em metodologias da dança contemporânea e da dança educativa”, facilitando “a diferentes indivíduos e escalões etários o primeiro contacto com as linguagens da dança contemporânea no seu território e meio vivencial”, indicou.

Também estão contempladas visitas culturais a estruturas artísticas, a assistência a espetáculos de dança e a criação de um espetáculo final, em cada comunidade, com cada grupo-alvo envolvido.

Coordenado por Rafael Leitão e Nélia Pinheiro, da CDCE, o projeto vai ter ainda a participação de diversos criadores e bailarinos nacionais.

A CDCE faz trabalho comunitário desde a sua criação, através de iniciativas e do desenvolvimento de práticas artísticas baseadas nas linguagens da dança contemporânea.

“A educação pelas expressões”, que a companhia defende que pode combater as assimetrias sociais e culturais, “não forma artistas, mas pode auxiliar o indivíduo a desenvolver a sua capacidade criativa, estética e de interação social, o que é desejável na formação de qualquer pessoa”.