Modalidade cresce nos escalões de formação e no setor feminino no distrito. Já há mulheres a competir em equipas mistas que disputam a II Divisão Nacional.
Luís Sénica, o presidente da Federação Portuguesa de Patinagem é, em simultâneo, presidente da Federação Europeia de Patinagem e vice-presidente da World Skate Europe. Natural de Sesimbra conhece a fundo os meandros da modalidade no distrito e, apesar de existirem apenas sete clubes, acredita que o futuro do hóquei em patins não só está assegurado, como até se encontra em progressão, sobretudo entre os jovens mas, também, no setor feminino.
Em conversa com o Semmais, o dirigente, que também conta com passagens como treinador por algumas das principais equipas nacionais e pela seleção, revela que “apesar de os clubes que existem no distrito serem os mesmos que já estão em atividade há muitos anos, o hóquei em patins não está em perigo”. “A Associação de Patinagem de Setúbal está a trabalhar muito bem e tem desenvolvido um excelente trabalho de promoção da modalidade, facto que se reflete no surgimento de mais jovens praticantes. Seria interessante e bom que também surgissem mais clubes a praticar a modalidade, situação que não é impossível, uma vez que existem condições”, adiantou.
Luís Sénica que agora é um dos expoentes máximos da modalidade a nível mundial entende, por outro lado, que o hóquei em patins feminino continua a crescer em todo o país: “Temos atualmente 17 equipas em competição. Nenhuma pertence ao distrito de Setúbal, mas é importante salientar que a modalidade permite que as mulheres integrem equipas mistas, sendo que nas da II Divisão nacional podem jogar três. Na região, existem muitas jovens praticantes integradas em diversas equipas mistas. Estão, portanto, criadas condições para que no futuro também surjam equipas femininas a competir no principal escalão”.
Federação promove vários torneios inter-regionais
O dirigente adiantou ainda que, por iniciativa da Federação Portuguesa de Patinagem, realizam-se anualmente diversos torneios inter-regionais. “Queremos atrair mais clubes e praticantes e estamos a ter sucesso, como o comprova o facto de, já a partir de janeiro de 2022 se começar a disputar o campeonato nacional feminino de sub-17”, disse.
Ainda sobre a promoção da patinagem, Sénica revela que a Federação tem efetuado diversos protocolos com as variadas associações e clubes, distribuindo kits de promoção do mini-hóquei. “Os jovens recebem o material que lhes permite iniciar a prática da modalidade. É mais uma forma de aumentar o número de atletas e, em breve, passarmos a ter ainda mais soluções e poder de recrutamento”.
Relativamente ao número de jogadores estrangeiros que integram as equipas masculinas que disputam a I Divisão Nacional, o dirigente, questionado pelo Semmais, lembra que o limite, na folha de jogo, é de cinco não nacionais por equipa. “A normativa foi criada há dois anos, mas a gestão das equipas pertence sempre aos clubes”, refere.