A maior parte dos dirigentes distritais do PSD estive ao lado de Rangel e pode ficar de fora da lista de deputados. São muitas incógnitas para gerir nos próximos dias.
É muito possível que os principais dirigentes distritais do PSD, incluindo o seu presidente, Paulo Ribeiro, fiquem arredados dos primeiros lugares da lista de candidatos a deputados nas legislativas de janeiro próximo.
Esta hipótese foi avançada ao Semmais por um destacado militante social democrata, que acredita na manutenção de Nuno Carvalho e, pelo menos de Fernando Negrão, no topo da lista de candidatos pelo Círculo Eleitoral de Setúbal. Ambos são deputados e estiveram ao lado de Rui Rio na disputa eleitoral interna, sendo que Nuno Carvalho foi mesmo o seu mandatário distrital.
Uma das dúvidas é se Maria Fernanda Velez, eleita em terceiro lugar nas eleições de 2019, possa manter-se. A deputada social democrata representa a concelhia da Moita e não ficou colada nem a Rio nem a Rangel na desdita para a presidência do partido.
Por outro lado, é ainda verosímil a reentrada em cena do ex-presidente da distrital e ex-deputado Luís Rodrigues, que após um largo período de afastamento das lides partidárias apareceu recentemente como destacado apoiante da estratégia do atual presidente do partido.
“Uma coisa é certa, Rui Rio não vai deixar cair deputados que se mantiveram fiéis a si neste período de grande turbulência no partido. Será Rui Rio igual a si próprio, embora haja uma tese de que vai querer aglutinar o partido e apaziguar os diferendos que se vieram a instalar”, analisou outra fonte do PSD.
Distrital já apresentou proposta de lista à cúpula nacional
O Semmais sabe, entretanto, que o presidente da distrital já reuniu com o secretário-geral do PSD, José Silvano, discutindo um esboço da sua lista, uma vez que cabe à distrital apresentar uma proposta.
Sendo certo que o cabeça de lista será sempre uma escolha do presidente do partido, na lista de Setúbal Paulo Ribeiro assume o segundo lugar. “É mais que óbvio que o presidente da distrital deve figurar a seguir à escolha nacional. E, fundamentalmente, estar em lugar elegível. Outra coisa não fará sentido”, confessou ao Semmais um dirigente da distrital, não escondendo incómodo e “alguma incerteza”.
Segundo as escolhas da distrital, nos cinco primeiros da lista, consta um lugar para a cota das mulheres, em nome da paridade, cujo nome mais provável será Lina Gonzalez, da concelhia de Almada, e João Louro, de Alcochete, que é atualmente secretário-geral da JSD nacional.
Com tudo isto, as expetativas do PSD para as próximas legislativas é de alcançar “mais um ou dois mandatos”. Nas eleições de 2019, os social-democratas elegeram três deputados, devido à estrondosa vitória do PS, que alcançou nove mandatos. Mas em 2015 elegeu cinco deputados, contra sete dos socialistas.
Recorde-se ainda que em 2019, o presidente da distrital à época, Bruno Vitorino, também não foi eleito, devido a uma polémica com Rui Rio por este ter escolhido Fernando Negrão como cabeça de lista. A escolha de Vitorino nessas eleições recaia sobre Maria Luís Albuquerque, ex-ministra de Passos Coelho.