Filipe Marques alcançou recentemente resultados extraordinários, com destaque para a medalha de ouro obtida na Taça do Mundo de Paratriatlo.
O atleta seixalense estreou-se há três anos na competição de Paratriatlo, pela Associação Naval Amorense, no campeonato da europa na Estónia, onde alcançou o 7º lugar. Mas foi este ano, já a competir pelo Sporting, que conquistou, pela primeira vez, a medalha de ouro na categoria PTS5, na distância sprint, da Taça do Mundo de Paratriatlo, que decorreu em Alhandra no passado mês.
“Já fui várias vezes campeão nacional, mas esta foi a primeira vitória internacional, era algo que eu desejava há muito tempo. Foram 780 metros a nadar, 22 quilómetros de ciclismo e cinco de corrida isolada. Na natação tentei distanciar-me do resto dos concorrentes, no ciclismo controlei para manter a vantagem, sabia que se mantivesse um ritmo constante na corrida, podia chegar à vitória, e foi o que aconteceu”, conta ao Semmais Filipe Marques.
O atleta tem um problema no pé esquerdo que provoca perda de força muscular e limita amplitude do tornozelo, mas esta deficiência não lhe limita os sonhos. Só este ano, entre setembro e novembro conquistou o bronze no Campeonato da Europa 2021 em Valência, Espanha, obteve a medalha de ouro na Taça do Mundo em Alhandra, e ficou ainda em quinto lugar no Campeonato do Mundo de Abu Dhabi, nos Emiratos Árabes Unidos.
Antes destes resultados, só houve uma aspiração que ficou a dois patamares de se realizar: “O meu principal objetivo este ano era participar nos jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, mas não foi possível. Tive quatro provas de qualificação que correram muito bem, mas não foram suficientes para conseguir a qualificação. Terminei em 12 lugar e qualificaram-se 10. No entanto, finalizo a época com estas conquistas que me deixam muito feliz”.
Atleta do Sporting ambiciona a profissionalização
Filipe Marques começou cedo a dedicar-se ao desporto e, segundo conta, pretende profissionalizar-se. “Comecei por praticar futebol desde cedo, depois ainda passei pelo futsal e pela natação antes do triatlo. Desde que me lembro sempre pratiquei desporto e é algo que quero seguir, depois da carreira desportiva. Por isso estou a estudar Ciências do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana”, partilha.
A azafama das viagens diárias entre Fernão Ferro (onde vive) e Oeiras (onde estuda e treina) exigem do atleta bastante disciplina e organização para conseguir, logo pela manhã, “fazer treinos de bicicleta e corrida perto de casa, à tarde ir à faculdade e, depois das aulas, praticar natação nas piscinas do Jamor”.
Uma rotina rigorosa porque o desportista do Sporting almeja qualificar-se para os próximos Jogos Olímpicos. “Sinto que posso fazer mais 3/4 ciclos olímpicos. Pretendo melhorar os resultados nos europeus e mundiais dos próximos anos e também quero continuar a ganhar taças do mundo. Por isso há muito trabalho pela frente” conclui.