Presépio em Évora recria cidade e nascimento de Jesus na Praça do Giraldo

A cidade está representada num presépio exposto na Igreja de S. Francisco, no centro da cidade, e que recria o nascimento de Jesus na Praça do Giraldo, com figuras feitas em barro de Estremoz.

Esta nova ‘atração’ da Igreja de S. Francisco resulta de um projeto encomendado ao arquiteto António Bouça e representa Évora “da forma mais aproximada possível”, destacando “quatro valores culturais” do Alentejo classificados pela UNESCO como Património Mundial.

O conjunto permite apreciar o centro histórico da cidade, “que lhe serve de cenário”, e o figurado de barro de Estremoz, que lhe dá “vida e alma”, dois dos bens patrimoniais da região com ‘selo’ da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Os outros dois patrimónios são o cante alentejano, entoado por um “grupo coral situado no adro da igreja de Santo Antão”, e os chocalhos de Alcáçovas (Viana do Alentejo, “representados sob as arcadas”, destacou a Igreja de S. Francisco.

O presépio é feito de diversos tipos de madeira, MDF, metais, PVC e acrílico, com acabamentos de pintura a esmalte, verniz, polimento a cera e folha de ouro, explicou.

A construção, que pode ser apreciada na nave da igreja, recria “o nascimento de Jesus na cidade de Évora, na Praça de Giraldo, mais precisamente debaixo da arcada por onde se acede a uma livraria que, não por acaso, se chama Nazareth”, disse.

Os principais espaços da acrópole e da praça principal da cidade alentejana também estão presentes, a par da simulação do casario da malha urbana, da Igreja de S. Francisco e de um segmento intramuros do aqueduto da Água de Prata.

Projetado “durante quatro meses, o conjunto “demorou mais de um ano a ser executado”, destacou a Igreja de S. Francisco, precisando que integra 45 construções, oito delas de “edifícios de maior complexidade e elevado nível de pormenorização, como as igrejas, o templo romano, o aqueduto ou a fonte”.

O presépio, com 3,60 metros de largura, quase dois metros de altura e 1,77 metros de profundidade, é também constituído por 564 peças em barro que compreendem 236 figuras humanas, 205 figuras de animais e 123 objetos diversos.

Além disso, incorpora um sistema de iluminação, com luzes ‘led’, no interior dos edifícios e nos candeeiros, cuja intensidade é regulável nos diferentes setores, referiu a organização.

“Se o céu estrelado permite identificar diversas constelações visíveis em dezembro na cidade, a multiplicidade de figuras oferece uma grande fusão entre o passado e o presente, numa cidade que fervilha de vida e rejubila com a Boa Nova”, acrescentou.

Com ideia e projeto ‘assinados’ pelo arquiteto António Bouça, o presépio tem desenho de Ivo Brazílio.

As peças em barro são da autoria das Irmãs Flores e de Ricardo Flores, de Estremoz, a carpintaria e pintura foram feitos por Fernando Santos, Joaquim Vida e Joaquim Nunes, de uma carpintaria de Évora, e os trabalhos de eletricidade são da autoria de Modesto Riga.

Para este Natal, a par desta criação artística, a Igreja de S. Francisco tem também patente na galeria norte, até outubro do próximo ano, a exposição temporária “Presépios de Lisboa e Vale do Tejo”, com 174 peças pertencentes à Coleção Canha da Silva.