A greve na EuroResinas, em Sines, terminou na quinta-feira com o sindicato a apontar para uma adesão de 80% nos setores da produção e expedição, mas com a empresa a contestar os números e no limite da capacidade negocial.
“Na produção, expedição e outros setores podemos apontar para uma adesão de cerca de 80% o que corresponde a perto de 30 trabalhadores”, disse o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE SUL) à agência Lusa.
Dos cerca de 80 trabalhadores da empresa, “a maioria são chefias e administrativos que não aderiram à greve”, acrescentou o sindicalista.
A greve, que decorreu entre 04 e 13 deste mês, foi convocada pelo SITE SUL para exigir “aumentos salariais” para os cerca de 80 trabalhadores da EuroResinas – Indústrias Químicas, que produz resinas sintéticas e está situada no Complexo Industrial de Sines.
“Para a empresa pagar mais 50 cêntimos a cada trabalhador, são migalhas, e para o trabalhador é a diferença entre meter ou não um pão em cima da mesa”, argumentou.
Por seu lado, em comunicado enviado à agência Lusa, a administração da EuroResinas, do Grupo Sonae Arauco, voltou a apontar “o desfasamento entre a posição do sindicato e a vontade dos colaboradores”, refletida na adesão à greve.
“Considerando um universo de 76 colaboradores, em média, ao longo dos 10 dias, apenas cinco colaboradores aderiram à greve diariamente”, alegou.
No mesmo comunicado, a empresa reiterou que “já informou o sindicato de que chegou ao limite da sua capacidade negocial no que respeita a aumentos salariais” e espera que “seja possível terminar com esta instabilidade criada pelo sindicato, no melhor interesse dos colaboradores e do futuro da empresa”.
No entanto, o SITE SUL mantém a intransigência e garantiu que vai voltar a agendar novo período de greve “pela valorização dos salários” dos trabalhadores.
“Os trabalhadores estão descontentes e querem ver os seus salários valorizados, estando ainda em aberto um novo período de greve, caso a empresa não venha ao encontro da reivindicação dos trabalhadores”, avançou o dirigente sindical.
De acordo com Jorge Magrinho, apesar de a empresa “desvalorizar a adesão e dizer que a greve é insignificante, o que se verifica é que está a comprar novamente resina à concorrência, em vez de aumentar os salários aos trabalhadores para resolver o problema que existe” nesta unidade.
“Agora está nas mãos da empresa. Estamos disponíveis para reunir com a empresa do chegar a um entendimento e a um acordo, mas se quiser manter este ‘braço de ferro’, se for necessário os trabalhadores avançam com um período de greve mais alargado”, afiançou.
Segundo o SITE SUL, além dos aumentos salariais, os trabalhadores têm reivindicado a progressão das carreiras, a eliminação da precariedade, a implementação de um seguro de saúde igual para todos e a atribuição de subsídio de transporte.
Esta unidade industrial dedica-se ao fabrico de resinas sintéticas à base de formaldeído, papel impregnado e ao comércio de metanol.