Empresa norueguesa vai criar viveiros destas espécies piscícolas em Sines. Em 10 hectares de terra serão investidos 80 milhões de euros.
Se dentro de um ano entrar num supermercado e encontrar embalagens de salmão ou bacalhau dizendo ‘made in Sines’, não julgue que é um equívoco. O mais certo é serem peixes criados no Litoral Alentejano, em tanques instalados em terra, na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS). Este é o negócio da empresa norueguesa Maiken Foodds, que recentemente celebrou o contrato de exploração de uma área de 10 hectares e que, no final do ano, irá começar a construir os viveiros.
Trata-se de um investimento inédito em Portugal e que, quando estiver totalmente implementado, representará um investimento na ordem dos 80 milhões de euros. Numa primeira fase metade desse montante será aplicado nas estruturas destinadas à criação de salmões. Só depois o grupo empresarial avançará para os tanques onde deverão ser criados os bacalhaus.
Os salmões que forem criados em Sines terão como destino Portugal e o resto dos países da União Europeia, sobretudo Espanha e França. Estima-se que, por ano, ali sejam produzidas 6.000 toneladas de peixe. “É uma excelente oportunidade de negócio não só para a Maiken Foodds, mas para a região e até para o país. Não podemos esquecer que diversas outras empresas estabelecidas em Sines poderão estabelecer acordos de cooperação e isso ajudará, certamente, a promover o emprego e a economia”, disse ao Semmais o advogado que representa a empresa, Nuno Rodrigues.
Implementação do projeto aposta na defesa do ambiental
A criação de salmões a bacalhaus em viveiro (que há muito é praticada na Noruega, mas em recintos instalados na água gelada do Atlântico Norte) implica a construção de grandes tanques que utilizarão água do mar, a qual será submetida a um tratamento que permita a sobrevivência das espécies. Essa mesma água, que após algum tempo será devolvida ao mar, será refrigerada por meio de energia fotovoltaica produzida a partir de painéis solares instalados na cobertura dos tanques e dos edifícios anexos.
“Serão construídos tanques de acordo com o crescimento de cada uma das espécies. A água desses tanques terá sempre de ser negativa, o que se irá conseguir através da instalação de painéis fotovoltaicos. Este projeto, que apresenta vantagens por ser desenvolvido em terra, minorando assim as possibilidades de problemas surgidos com doenças ou derrames ocorridos no mar, é essencialmente um projeto amigo do ambiente”, explicou ainda o representante da empresa.
Segundo os especialistas da Maiken Foodds, cada tanque irá funcionar de modo autónomo para permitir um melhor controlo da produção. Trata-se, dizem, de uma produção sustentada, feita em locais com temperatura controlada e cujos peixes apresentarão excelentes condições sanitárias, estando assegurada a inexistência de químicos e parasitas.
Numa primeira fase a empresa irá utilizar cerca de 50 operários, prevendo-se que depois de entrarem em produção todos os tanques de salmões e bacalhaus se possam atingir os 200 postos de trabalho.