A Fiequimetal – Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas defendeu hoje maiores aumentos salariais na Autoeuropa, face à rejeição do pré-acordo laboral por 60% dos trabalhadores da fábrica de Palmela.
“Os aumentos de salário apresentados são insuficientes, tendo em conta o aumento do salário mínimo nacional”, refere a Fiequimental, em consonância com a Comissão Sindical do SITE Sul, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul, após a rejeição do pré-acordo laboral por mais de 60% dos trabalhadores da fábrica da Volkswagen em Palmela, distrito de Setúbal.
“Os trabalhadores da Volkswagen em Palmela têm vindo a perder poder de compra, numa altura económica e social complexa”, justifica a Fiequimetal, lembrando que, em 2021, os trabalhadores da Autoeuropa “não tiveram qualquer atualização salarial” e que o salário mínimo nacional deverá aumentar em “40 euros este ano e previsivelmente 45 euros no próximo ano”.
A Fiequimetal defende ainda que “não devem ser os trabalhadores a suportar mais uma vez as necessidades da administração”, considerando que “era isso que resultava da intenção patronal para as paragens de produção, ao propor a troca do pagamento do prémio de objetivos por dias de não laboração”.
O referido pré-acordo laboral foi o segundo a ser rejeitado pelos trabalhadores da Autoeuropa, dado que, em 21 de maio do ano passado, já tinham chumbado outro pré-acordo negociado pela Comissão de Trabalhadores (CT) e a administração da empresa do grupo alemão Volkswagen.
Segundo revelou a CT à agência Lusa, a administração da fábrica “prometeu voltar ao diálogo esta semana”, mas não se sabe ainda em que termos. Desde a instalação da fábrica da Volkswagen em Palmela, há mais de 30 anos, administração e trabalhadores sempre ultrapassaram os diferendos sobre as questões laborais na Autoeuropa.
O pré-acordo laboral rejeitado pelos trabalhadores na votação realizada a 24 e 25 de fevereiro garantia aumentos salariais de 2% em 2022 e 2023, com aumentos mínimos de 25 euros em 2022 e de 30 euros em 2023, a par da criação de mais um escalão – letra G –, que permitia aos trabalhadores que já estão no topo de carreira (letra F) beneficiarem de um aumento adicional de cerca de 2%.
Previa ainda a manutenção do quarto turno e a possibilidade de um máximo de 44 ‘down-days’ (dias de não produção, mas que seriam pagos na íntegra), face à previsível falta de semicondutores, que, no ano passado, obrigou a várias paragens de produção.
A administração da fábrica comprometia-se ainda a garantir a vinda de um novo veículo da Volkswagen para ser produzido na fábrica de Palmela, que atualmente produz apenas a nova versão do T-Roc e a Volkswagen Sharan, estando previsto que este último modelo seja descontinuado dentro de poucos meses.