Que outro tema teria justificação e actualidade para quem periodicamente aqui manifesta a sua forma de sentir e que no início dos anos setenta do século passado teve de participar na Guerra Colonial (embora nunca tivesse pegado numa arma) que mobilizou os portugueses para África e Ásia durante catorze anos e onde uns bons milhares perderam a vida e muitos mais ficaram deficientes e que ainda hoje não se conseguiram livrar do trauma daí derivado?
Não gostamos da palavra guerra mas é bastante utilizada nas nossas conversas e mesmo falando da pandemia que há mais de dois anos assaltou o Mundo fazemos a comparação com os números de baixas causadas por este género de ocorrências. Até nas referências às competições desportivas esta palavra surge substituindo o espírito de competição e de avaliação pessoal e colectiva entre atletas e equipas, recorrendo muitas vezes a expressões como “petardo e tiro” para salientar a força com que o remate foi “disparado”.
Por todos os pontos do Mundo surgem manifestações contra a invasão russa à Ucrânia o que se compreende mas o certo é que os objectivos parecem cada vez mais longe pois sabe-se que quem actua com maldade e interesses velados não cede a argumentos por muito convincentes que estes se apresentem.
Acrescidas à solidariedade surgem as sanções económicas que poderão afectar muito mais as populações dos países que nada têm a ver com o crime do que aos próprios russos, eles também vítimas do Presidente que elegeram.
Os poucos dias que esta guerra regista no calendário e o conhecido crescendo de destruição mostram-nos que o fim está cada vez mais longe e se a agressividade se mantiver sem qualquer receio das armas que lhes ofereçamos que ninguém por muito entendido que se considere se atreva a dizer-nos que a Paz está a chegar pois tal não é possível com estes dirigentes.
FIO DE PRUMO
Jorge Santos
Jornalista