Presidente da distrital vai de novo a votos contra a candidata apoiada pelos seus opositores de sempre. Nestas eleições está também em causa a eleição de delegados ao congresso.
Mesmo com o grande desaire das últimas legislativas, o líder da distrital de Setúbal do CDS-PP, João Merino, está confiante de que vai renovar, este sábado, o seu mandato. “Foram dois anos muito difíceis, mas temos obra feita e o apoio da maioria das concelhias”, afirma ao Semmais.
Desde logo, diz o líder centrista, pela primeira vez na história do CDS no distrito, há estruturas locais em todos os concelhos da região, o que permitiu “concorrer a todas as autarquias” nas últimas eleições locais. Mas há mais, segundo João Merino: “Renovámos a sede distrital, angariámos mais cem novos militantes, lançámos um site novo, e avançámos muito nas redes sociais”.
Nas eleições de amanhã, Merino vai defrontar Raquel Paradela Faustino, que conta com alguns dos mais proeminentes opositores da gestão do atual presidente, nomeadamente, Nuno Magalhães, Ana Clara Birrento e João Viegas, que ganhou recentemente a concelhia de Setúbal por dois votos a Paulo Santos, vice-presidente da distrital.
A candidata, que se diz militante desde os 18 anos de idade, refere na sua Carta Compromisso ter sentido nesta fase difícil do partido “o dever de dar o contributo” com “presença ativa”. “Quero dedicar o meu trabalho, tempo e motivação ao partido que defende as minhas visões e causas”, afirma.
Raquel Paradela Faustino, sublinha que lidera uma equipa que deseja “um partido unido e livre de confrontos desnecessários”, ao mesmo tempo que sente “as dificuldades e objetivos dos cidadãos do distrito”, pelo que promete “audácia e inovação, com pontes consolidadas com o passado e com saber de experiência feito para enfrentar o futuro”.
João Merino, entretanto, parte para esta contenda em nome de uma equipa renovada, contra o que considera ser “uma bolha partidária que olha e trabalha para dentro e focada na influência dos lugares que levará o partido a um destino negro”. “De pessoas para pessoas é o cerne do nosso projeto, para as quais temos que encontrar soluções para os seus problemas e trazer esperança”.
Luta nacional encostada aos diferendos locais
Também este sábado os cerca de mil militantes do CDS-PP do distrito vão ser chamados à eleição para delegados ao congresso nacional, agendado para 2 e 3 de abril. João Merino já fez saber que não apoiará a candidatura de Nuno Melo a presidente do partido. Mas afirma ao Semmais que “tal como no passado recente” não vai “condicionar” o voto dos seus apoiantes.
Pelo contrário a lista B, liderada por Raquel Paradela Faustino, é afeta ao ex-deputado e eurodeputado, que pretende “fazer renascer” o partido, depois o debacle eleitoral das últimas legislativas que deixou o CDS-PP fora do Parlamento.
Entre eleitos diretamente pelas concelhias e inerências, o distrito deverá levar ao congresso 75 delegados.
Recorde-se ainda que também vão a votos este sábado duas listas candidatas à Juventude Centrista do distrito, sendo José Coutinho, afeto a João Merino, é recandidato, tendo como opositora Marta Raimundo, dirigente da concelhia de Setúbal.