Jogadoras encaram temporada com bastante expectativa e responsabilidade depois de, na época passada, terem garantido a manutenção e alcançado as meias-finais da Taça de Portugal.
Este domingo arranca a campanha da única equipa feminina do distrito de Setúbal e a Sul do Tejo na Liga BPI (Primeira Divisão do Futebol Feminino português). O Amora FC recebe, no Centro de Treinos do Serrado, o SC Braga, um dos grandes do espectro feminino a nível nacional, numa partida que está a gerar grande expectativa no emblema amorense.
Essa expectativa é, naturalmente, provocada pelos resultados conseguidos na temporada passada, a manutenção na Liga BPI e as meias-finais da Taça de Portugal, onde acabariam por ser eliminadas pelo Famalicão.
Contudo, na ressaca dessa grande época, o clube viu sair boa parte das suas jogadoras, provocando muitas mexidas no plantel. Um facto que gera, inevitavelmente, dúvidas tanto no grupo, como nos adeptos, havendo responsabilidade e paciência quando se olha para as perspetivas da nova temporada, como explicam Carolina Ribeiro “Tae”, a capitã, Ana Rita Viegas e Carolina Duque, em conversa com o nosso jornal.
“Estamos com uma expectativa diferente do que foi o ano passado, mas a querer criar também um grupo unido e que lute para manter o Amora na Primeira Divisão, novamente”, afirma Carolina Ribeiro. “O nosso foco é obter o nível competitivo máximo e tentar potenciar a qualidade individual de cada uma das jogadoras, para tirarmos o sumo coletivo, e que os índices competitivos e motivacionais estejam sempre no máximo. Menos que isso não podemos aceitar”, acrescenta Ana Rita Viegas.
Formação conta com atletas sem experiência na Liga BPI
Além de ter havido alterações na formação, muitas das jogadoras que chegaram não têm experiência de Liga BPI, como recorda a capitã do Amora. “É importante que nós, que já estamos cá há algum tempo, possamos criar esse tipo de ambiente para elas entenderem que agora já não é a brincar, é a sério. E vir aqui para o Amora é para ser a sério” sublinha.
A comandar esta equipa está Luís Ramalho, que chegou ao clube durante a passada temporada, a quem as jogadoras deixam rasgados elogios. “A entrada dele foi uma lufada de ar fresco. A disponibilidade que deu só para nos vir ajudar e terminar aquela fase que faltava. A partir do momento em que ele entrou, as adversidades acabaram praticamente. Só estávamos aqui para jogar futebol”, refere Carolina Duque.
“O Luís é extremamente disponível em todos os sen- tidos. Está a trabalhar com um grupo muito jovem. Está a criar uma equipa do zero. A margem de progressão é enorme, mas vai levar o seu tempo. E ele tem a paciência, a disponibilidade e a vontade necessária”, acrescenta Ana Rita Viegas, sob o olhar atento das suas colegas que partilham a visão expressada.
Apoio incondicional de adeptos e sócios
Na conversa com o Semmais, as jogadoras confirmam a maior exposição do futebol feminino, sendo que, para as mesmas, devia ser “apenas futebol”, e dizem que os sócios e adeptos estão cada vez mais recetivos a estarem presentes para as apoiar, independentemente dos resultados. “Os nossos jogos em casa são incríveis só pelo que temos naquela bancada. Tem uma mística diferente, exatamente por isso. O adepto do Amora é um adepto fiel, presente e ativo”, destaca Ana Rita Viegas. “Aqui não vêm ver as meninas, ou o futebol feminino. Eles dizem que vêm ver o Amora” completa a capitã “Tae”.