Em comunicado enviado hoje, assinado pelo Comandante Distrital de Beja da PSP, superintendente Raul Glória Dias, a Polícia explicou que, ao ter tido conhecimento da situação, na quinta-feira, recolheu elementos sobre o sucedido.
A PSP, “através de polícias afetos ao programa de proximidade ‘Escola Segura’, deste Comando Distrital de Beja, desenvolveu diligências junto da direção da escola e dos encarregados de educação dos alunos envolvidos, com o intuito de perceber os contornos da ocorrência”, pode ler-se.
“Como resultado dessas diligências, apurou-se que não foi utilizada qualquer arma ‘taser’ no interior daquele estabelecimento de ensino”, esclareceu.
A Polícia conseguiu também “identificar o objeto utilizado na suposta agressão como sendo um brinquedo de fabrico artesanal, tipo fisga, o qual terá sido utilizado por alguns alunos para projetar bagas de arbustos na direção de outros”.
“Até ao momento e relativo à situação descrita, não foi formalizada qualquer denúncia junto dos nossos serviços”, acrescentou a Polícia.
Na quinta-feira, Margarida Patriarca, presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola EB 2/3 de Santiago Maior, em Beja, denunciou que uma aluna teria sido “atingida no corpo” por um ‘taser’ (arma de eletrochoque) disparado por “outra criança”.
Na altura, Margarida Patriarca explicou à Lusa ter recebido uma mensagem de correio eletrónico de “uma encarregada de educação” que alegava que a sua filha, aluna do “2.º ciclo” tinha sido “atingida pelo disparo do ‘taser’ no corpo, na terça-feira”, no recinto escolar.
A presidente da associação de pais assumiu que, após receber o e-mail, deu “de imediato conhecimento do sucedido” à PSP e à Câmara de Beja.
Contactada pela Lusa, na quinta-feira, fonte do Comando Distrital de Beja da PSP disse à Lusa que a Polícia só nesse dia tinha sido informada sobre esta alegada agressão a uma aluna e que já estava a recolher elementos junto da direção escolar.
Perante esta comunicação, “feita dois dias depois de o alegado episódio ter acontecido, estamos a recolher elementos junto da escola, para ver se é algo [em] que possamos auxiliar”, destacou a fonte policial, na altura.
Contactada hoje pela Lusa para comentar as conclusões a que chegou a PSP, Margarida Patriarca argumentou que a associação de pais e encarregados de educação desta escola, “fez o correto”.
“Após recebermos uma denúncia de um encarregado de educação, demos conhecimento da mesma às entidades competentes, que fizeram o seu trabalho e foram alertadas por nós. E congratulamo-nos pelo facto de, efetivamente, não ter sido algo mais grave”, disse.
No comunicado de imprensa, a PSP solicitou hoje “a todos os encarregados de educação e respetiva comunidade escolar para que, sempre que tenham conhecimento de situações que entendam ser lesivas dos direitos dos alunos, informem o mais atempadamente possível as forças de segurança”, para que possa haver “uma resposta imediata”.