Pedro Dias foi a estrela da companhia ao sagrar-se campeão mundial, a que se juntou mais uma medalha de bronze. Ana Carolina Galvão, Rúben Pedroso, Diogo Gonçalves, Artur Bento, Guilherme Oliveira e Telmo Pinto também subiram ao pódio.
Dez medalhas foi o número redondo atingido pelos atletas do Núcleo de Karaté GoJu Ryu, contribuindo para uma brilhante prestação portuguesa que, entre os 98 atletas em competição, conquistou 20 medalhas de ouro, 20 de prata e 27 de bronze no último Mundial de Goju-Ryu, Karaté, realizado entre 7 e 11 de setembro em Foligno, na Itália.
O Núcleo de Karaté, que treina na Associação de Moradores dos Redondos, em Fernão Ferro, no concelho do Seixal, levou para a competição nove atletas, dois treinadores e uma árbitra, sendo os únicos elementos do distrito de Setúbal a integrarem a comitiva lusa.
Entre os desportistas, o grande destaque foi Pedro Dias, de nove anos, que em estreia internacional conquistou o ouro em Kumite -27kg, sagrando-se campeão mundial da categoria, a que se juntou a prata em Kata equipa.
Na expetativa da primeira participação além fronteiras, o jovem atleta revela que teve de lidar com a ansiedade e nervosismo. “Passei um pouco mal nos dias antes da competição. Tive de aprender a controlar o nervosismo e concentrar-me para que as coisas corressem bem”, afirma Pedro Dias, em conversa com o nosso jornal.
Na sua tenra idade e nas poucas palavras em que expressa a sua participação, guardará na memória os aprendizados e confrontos com atletas de outras culturas e formas de estar na modalidade. “Acho que tenho de defender melhor a cabeça”, admitiu Pedro Dias, que se diz focado em corrigir o que correu menos mal.
Durante a entrevista referiu, ainda, que a viagem para a Itália foi uma verdadeira aventura, tendo ido para terras “transalpinas” de caravana com a família. “Foi uma ideia dos meus pais. Gostei muito, especialmente da parte dos Alpes, em França” explica.
O atleta aproveitou a viagem para treinar e também para controlar as expetativas. “Eu sonhava todos os dias com a competição, imaginava-me lá, acordava de repente e voltava a dormir e a pensar em chegar lá”, conta.
Treinadores viajaram com expetativas altas
Rúben Pedroso, um dos treinadores que também integrou a comitiva como atleta, tendo conquistado o bronze por equipa em Kumite, relativiza a questão do nervosismo e da ansiedade. “É completamente natural. Se nós que somos mais velhos e temos mais experiência ficamos nervosos, quanto mais eles, como o Pedro, que são crianças”, afirma.
Apesar da inquietação dos desportistas, Rúben Pedroso diz que, com base na sua “experiência, sabia que podiam ter uma boa participação”: “As medalhas não foi uma conquista de lá. Foram do trabalho que fomos fazendo todos os dias aqui”.
Já David Oliveira, presidente e diretor técnico, que também esteve no mundial como treinador deixou rasgados elogios aos atletas. “É gratificante estarmos cá quase todos os dias e ver o crescimento deles. “Nós sonhamos com eles e sofremos tanto como eles. É um grande orgulho”, sublinha.
De referir ainda as participações de Ana Carolina Galvão e Diogo Gonçalves, que arrecadaram cada um duas medalhas (prata e bronze), Artur Bento uma prata, e Telmo Pinto e Guilherme Oliveira que conquistaram o bronze.