Visita à Exporsado marca arranque de encontros promovidos pela SEDES

Empresa setubalense tem-se evidenciado no setor das ostras e foi palco do primeiro encontro promovido pelo Núcleo Distrital da SEDES que pretende visitar “empresas de sucesso da região”.

A visita à Exporsado, empresa setubalense do ramo das ostras, marcou o arranque da iniciativa “Da StartUp à Empresa de Sucesso”, promovida pelo Núcleo Distrital da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social.

“Esta iniciativa tem como objetivo divulgar as empresas do distrito que começaram praticamente do zero e que estão a dar cartas”, esclarece Andréa Lima, presidente do Núcleo Distrital de Setúbal da SEDES.

Foi então sobre esse pretexto que alguns elementos ligados à associação, assim como empresários da região, como Leonor Freitas, da Casa Ermelinda de Freitas e ainda Carlos Pedrosa Pereira, vereador da câmara da Moita, e também a comunicação social, tiveram a oportunidade de visitar as instalações da Exporsado, e também a zona de produção de ostras, estabelecida bem dentro do Estuário do Sado.

A visita arrancou no armazém e centro operacional da Exporsado, onde Pedro Ferreira, diretor geral da empresa, recebeu a comitiva e falou sobre a atividade da mesma. Em evidência no seu setor de mercado, o responsável. explica que “a produção de ostras em Portugal não é tão pujante como foi nos anos 50 ou 60”, mas que “aos poucos se começa a notar alguns sinais interessantes”.

“Os nossos últimos números são de que 98% da nossa produção foi exportada, principalmente para França”, afirma o empresário, explicando que “a pequena parte restante” é vendida “unicamente em Setúbal, no Mercado do Livramento”.

Pedro Ferreira, antes da visita ao centro operacional, revelou ainda que, dado ao volume de produção da empresa, “que se encontra nas 200 toneladas de ostra”, que a compra desta está “garantida na totalidade”, pelo que a empresa “não se precisa de sujeitar ao mercado”, tendo neste momento “12 clientes” que asseguram essa venda dessa produção.

De acordo com o responsável, num futuro próximo o objetivo da Exporsado passa por aumentar a sua produção, “daqui a dois ou três anos”, para as “mil toneladas. “Queremos atingir a estabilidade de produção para também começarmos a embalar com marca própria, depurar e aumentarmos o nosso valor”, explicou Pedro Ferreira.

Todo o detalhe é tido em conta para assegurar a qualidade do produto

Dentro das instalações da Exporsado é possível perceber um importante trabalho feito pelos seus trabalhadores, com recurso a maquinaria especializada, para assegurar os tamanhos e qualidade do produto.

As ostras, segundo Pedro Ferreira, “são agrupadas” e depois “separadas por tamanho” e aí é possível perceber a evolução que as mesmas estão a ter. “Ao separa-las evitamos que prejudiquem o desenvolvimento umas das outras, já que ficam por grupos semelhantes e podem continuar a desenvolver-se caso necessitem de mais tempo”, refere o responsável.

O peso ideal da ostra está entre os 90 e 100 gramas, enquadrando-se na categoria 3, aquela que, segundo o diretor geral da Exporsado, é o “mais procurado e valorizado”. Ainda assim, os outros tamanhos são também valorizados, consoante o mercado que os procure. “O 2, por exemplo, tem entre 100 e 120 gramas, enquanto o 1, em que as ostras têm 150 a 180 gramas, é mais para o mercado chinês”.

Vários hectares de produção do Sado

A visita pela Exporsado termina onde todo o processo da ostra se inicia, bem dentro do Estuário do Sado. Numa viagem de barco pelo Rio, que passou bem além da Lisnave, o grupo visitante encontrou parte da produção.

Vindas de França, das chamadas “maternidades”, com apenas “seis a oito milímetros”, como explica Pedro Ferreira, as ostras crescem no Sado, onde “demoram entre um ano e meio e dois anos a ficarem prontas”.

“Elas estão naquilo que chamamos mesas, que é o primeiro local. Quando atingem entre os 50 e 60 gramas é quando lhes passamos para os cestos, onde fazem o resto do se desenvolvimento” explica Pedro Ferreira.

A empresa conta três parques de produção: “Temos a Longa, com 26 hectares, com um outro, que são mais 26 hectares, que não tem ainda nada e para o qual está previsto começarmos a instalação em Janeiro, e ainda temos um no Pontal, com quatro hectares”.

Os barcos utilizados para a visita são os mesmo que transportam as ostras. “Estas embarcações conseguem levar até cinco toneladas de ostras. Em média estamos a transportar entre dois a dois e meia tonelada”, revela o diretor geral.