Transportes Desgovernados

No final do passado mês de outubro, aconteceu na Assembleia Municipal de Montijo, uma audição ao responsável executivo da Área Metropolitana de Lisboa, Carlos Humberto de Carvalho.

Esta audição veio a pedido do órgão Assembleia Municipal e tinha como principal objetivo ouvir na 1a pessoa o responsável máximo pela gestão dos lotes designados para a margem sul, mais especificamente do Lote 4.

Questionado pelo deputado municipal e vice-presidente do CDS-Partido Popular Distrital de Setúbal, Carlos Ferreira, ficamos a saber pela boca do próprio que por um lado está com os utentes, assume toda a responsabilidade política pelos graves problemas de mobilidade que estão a acontecer a grande parte das famílias dos concelhos de Montijo, Alcochete, Moita, Palmela e Setúbal, devido à adjudicação feita pela AML à empresa Alsa Todi, que redundou num péssimo serviço de transporte público rodoviário de passageiros, nestes 5 concelhos, mas por outro lado afirma que embora seja o responsável não é o culpado, pasme-se.

A culpa é dos senhores Presidentes de Câmara que o nomearam e confiaram para gerir o contrato do lote 4 com a empresa Alsa Todi, revelando assim, uma total falta de vergonha e ausência de ética e moral, no uso do cargo político que ocupa.

Mais grave ainda foi a recusa em responder aos deputados em questões fundamentais como:

– Qual o valor das penalizações que a AML disse na comunicação social ter enviado para a empresa Alsa Todi?

– Como comprar um novo passe mensal nas freguesias rurais de Pegões e Canha?

– Porquê não existem carreiras diretas de Lisboa para cada um dos municípios e vice-versa?

– Depois desta fraude diária com supressão de carreiras e horários, qual a estratégia da AML para restaurar a confiança dos utentes no serviço de transporte público rodoviário?

– Qual a compensação aos munícipes pela falta da prestação do serviço público anunciado e publicitado?

O CDS-Partido Popular tinha alertado, aquando da criação do Passe Único para a precipitação com que se impuseram de- cisões, para a trapalhada e confusão que foi todo o processo com claros objetivos populistas e eleitoralistas.

Concluímos, pois, que essa precipitação no encerramento da operação do ser- viço com a TST e a incompetência revelada na gestão do novo contrato com a Alsa Todi provocou o caos no transporte dos munícipes.

Ao fim de 4 meses de operação da Alsa Todi, continuam a faltar motoristas, a faltar trajetos e a haver supressão de autocarros, tudo sem qualquer aviso aos utentes deste péssimo serviço público de transporte rodoviário de passageiros.

Na ótica do CDS-Distrital de Setúbal isto não é serviço público, isto não é defesa das populações nem dos que menos podem e que mais dependem dos trans- portes públicos para poderem trabalhar o sustento das suas famílias.

Num país a sério e verdadeiramente às direitas isto jamais aconteceria.