A comunidade educativa daquela escola de Setúbal estive esta manhã concentrada à porta do estabelecimento de ensino para exigir por melhores carreiras e salários no setor da educação, aderindo ao protesto nacional lançado por várias representações sindicais.
“Foi uma organização da comunidade escolar. Estamos a falar de mais de 100 professores, estamos a falar de várias centenas de alunos”, disse à agência Lusa a professora Ana Guerreiro, docente da Escola Secundária Dom Manuel Martins, salientando que a ação de protesto decorre durante todo o dia.
“O que está em causa é toda uma comunidade educativa que se sente presa numa carreira que nós sentimos que não tem futuro, quando nós somos gente que trabalha para o futuro”, acrescentou, referindo que a ação de protesto contou com a adesão de toda a comunidade educativa, incluindo muitos encarregados de educação, da Escola Dom Manuel Martins.
Centenas de professores, auxiliares e até alunos concentraram-se esta terça-feira em frente a escolas por todo o país e há estabelecimentos fechados “do Minho ao Algarve”, disseram à Lusa fontes sindicais.
“Temos informação de que há várias escolas encerradas do Minho ao Algarve”, disse à Lusa a dirigente Carla Piedade do Sindicato de Todos os Professores (STOP), quando participava esta terça-feira de manhã numa concentração junto ao Agrupamento de Jardins de Infância e Escolas Professor Galopim de Carvalho, em Pombal.
Desde 9 de dezembro que está em curso uma greve por tempo indeterminado convocada pelo STOP, que já entregou pré-avisos de greve para todo o mês de janeiro, à qual se juntaram a 04 de janeiro os trabalhadores não docentes.
O Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE) também iniciou na semana passada uma greve parcial ao primeiro tempo de aulas, que se vai prolongar até fevereiro.
As greves do pessoal docente e não docente afetam “quase todos os concelhos do país”, com muitas escolas totalmente encerradas ou atividade apenas a tempo parcial, disse à Lusa Pedro Xavier, também do STOP.
O sindicalista salientou a adesão dos trabalhadores, indicando os exemplos de Viana do Castelo, Póvoa do Varzim, Vila do Conde, Amarante, Moura, Portimão ou Pombal como concelhos com todas as escolas sem aulas.
“É um pouco difícil indicar os números, porque dependemos da comunicação das escolas. No entanto, através de uma amostra dá para perceber que em quase todos os concelhos do país há escolas encerradas ou trabalhadores a fazer greve a tempo parcial, em que as atividades não decorrem por inteiro. Há inclusive concelhos que fecharam na totalidade, alguns por vários dias e até um mês, inclusive”, afirmou.