A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) está aí à porta e, pelo que sabe, na região há imensas questões ainda por resolver. Esperam-se, para já, mais de cem mil jovens peregrinos que, em plena época estival, vão dar um novo colorido às ruas, praias e zonas de comércio. Vão também usar em especial transportes públicos, num trânsito pendular entre as margens do Tejo.
Este é o panorama esperado. Mas a pouco mais de quatro meses parece não haver famílias de acolhimento suficientes, muito menos voluntários em número adequado, e não se conhecem muito bem as concertações que serão necessárias para olear esta máquina.
Ainda há dias, em conversa com um presidente de um câmara da península, fiquei a saber que o município não sabia, sequer, quantos peregrinos estariam previstos serem acolhidos no seu concelho. Outro autarca desconhecia a existência de qualquer órgão aglutinador na região que estivesse a preparar o terreno, cá nesta margem, para que tudo venha a rolar sobre rodas.
É verdade que foi criado um Comité Diocesano, mas ao que parece este ainda não extravasou as fronteiras da Diocese. Haverá tempo para o fazer? É provavél. Mas corremos o risco de, como quase sempre acontece, andarmos à beirinha do evento, a tapar buracos e a improvisar. Esperemos que não.
Já não basta os enredos criados com as palas de Lisboa, o assunto quente dos abusos sexuais de padres e outros agentes da Igreja para compor este ramalhete.
Acresce que a Diocese está desamparada. Mau grado o esforço devoto do administrador diocesano, padre José Lobato, e a sua ímpar dedicação à causa, a falta da nomeação do novo bispo – após a saída de D. José Ornelas para a diocese de Leiria-Fátima – começa a preocupar. E é mais um hiato nestas jornadas na Margem Sul.