Manifestação no sábado em Setúbal para exigir serviços de urgência permanentes

Centenas de pessoas são esperadas no sábado numa manifestação organizada pelo Fórum Intermunicipal da saúde dos municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, para exigir a abertura, em permanência, dos serviços de urgência do Centro Hospitalar de Setúbal.

A iniciativa surge na sequência de uma decisão aprovada no dia 23 de março por cerca de meia centena de participantes no Fórum Intermunicipal da Saúde, convocado pelos presidentes de câmara dos três municípios, André Martins (Setúbal), Álvaro Amaro (Palmela) e Francisco Jesus (Sesimbra), todos eleitos pela CDU, face à insuficiência de recursos humanos no Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do Centro Hospitalar de Setúbal, e à degradação da prestação de cuidados de saúde na região.

A manifestação de sábado, que terá início às 15:00 com uma concentração na Praça Vitória Futebol Clube, seguida de um desfile até ao Largo José Afonso, e que deverá contar com a presença dos presidentes de câmara de Palmela, Sesimbra e Setúbal, foi aprovada por unanimidade no Fórum Intermunicipal da Saúde.

O evento pretende juntar as populações da área de influência do Hospital de São Bernardo e os representantes do poder local para exigir a resolução dos problemas que, cada vez mais, dificultam o acesso das populações da região de Setúbal e do litoral alentejano a cuidados de saúde.

Segundo o presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, “o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, tem mostrado total abertura para falar dos problemas e das soluções para esses problemas nas reuniões efetuadas com os presidentes dos três municípios (Palmela, Sesimbra e Setúbal) nos últimos meses, mas continua tudo na mesma”.

“Na última reunião, apesar da boa notícia do início das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo e da continuidade do encerramento programado da urgência de obstetrícia, nada nos foi dito sobre o potencial encerramento, também programado, da urgência pediátrica”, disse.

A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) anunciou no dia 13 de março que o Hospital de São Bernardo passava a encerrar quinzenalmente a urgência de pediatria, entre as 21:00 de sexta-feira e as 09:00 de segunda-feira, no âmbito da estratégia de reorganização dos serviços de urgência de pediatria na Área Metropolitana de Lisboa.

Contudo, a falta de recursos humanos afeta também de forma significativa a urgência de obstetrícia e, cada vez mais, também o serviço de urgência geral da principal unidade de saúde do Centro Hospitalar de Setúbal.

“O que sentimos é que as reuniões ocorrem, há total abertura do ministro para discutir os problemas, mas, na prática e no que respeita à resolução daquilo que efetivamente são os problemas, pouco ou nada se avança. Antes pelo contrário, tirando o arranque das obras no Hospital de São Bernardo, não houve nenhum avanço sobre os problemas que existiam; o que houve foi retrocesso”, sublinhou o autarca sesimbrense.

Francisco Jesus lembrou ainda que o ministro da Saúde prometeu reunir com os três autarcas antes de qualquer decisão sobre a criação das futuras Unidades Locais de Saúde, que deverão integrar os hospitais e os centros de saúde, mas que, na prática, os três municípios acabaram confrontados com um ofício a informar que já estava criada a equipa de trabalho para estudar a viabilidade económica das referidas Unidades Locais de Saúde, sem que tivessem sido previamente ouvidos ou consultados.