O Bando estreia saga das “1001 noites” com a história “Irmã Persa”

É uma história de sororidade, constância, subversão e coragem que a companhia de Palmela estreia em Vale de Barris. Pretende homenagear todos os que sofrem de opressão e violência, em particular as mulheres que em todo o mundo são assassinadas, violentadas ou são escravizadas.  

Através de uma linguagem poética, o Teatro O Bando, na sua nova produção “1001 Noites – Irmã Persa”, irá retratar em palco “assuntos fortes” para chegar a todo o público. “Vamos apresentar a história do início das 1001 Noites. É uma história dura que nós aproveitamos para trazer à luz dos dias de hoje e, de alguma maneira, homenagear todos os que, individualmente ou coletivamente, sofrem de opressão ou de violência”, começa por desvendar ao Semmais a encenadora Suzana Branco.

“Quando nós dialogamos de frente com as sombras, esperemos que isso nos abra luz e que essa esperança, num futuro que nos parece tão difícil de adivinhar, como nos dias de hoje, seja com esta imaginação e com esta partilha de histórias para que se possa construir a história futura”, sublinha, apontando que a peça realça, sobretudo, “o sofrimento e a condição da mulher”, onde o Rei Xariar “todas as noites casa com uma mulher e todas as manhãs a manda matar”.

A peça é, também, um alerta de que perante a opressão e sofrimento, é necessário “ter inteligência e todos nós temos um ponto a acrescentar à história, porque não temos que viver com a história que nos ensinaram. É uma abertura de discernimento, de consciencialização”, vinca, acrescentando que o espetáculo pretende “deixar curiosidade para o próximo ano”. Isto é, “no próximo ano, o tema das 1001 Noites terá continuidade, com outro encenador. Apostamos num final em aberto para que a história prossiga. Em “1001 Noites – Irmã Persa” faz parte do elenco a Tara Fatehi, que é iraniana, e, depois, nos próximos anos, outra atriz de outra nacionalidade irá dar título à peça”.

O drama estreia esta quinta-feira, pelas 21 horas, no Vale de Barris, em Palmela, com Suzana Branco a comandar a dramaturgia. O espetáculo baseia-se num texto de autores anónimos traduzido do árabe por Hugo Maia e ficará em cena até 10 de dezembro, de quinta-feira a sábado, às 21h00, e aos domingos, às 17h00, com bilhetes a 10, 14 e 18 euros. É possível jantar antes do espetáculo, mediante reserva. Aos sábados o público poderá dialogar com o elenco da peça.

Fabian Bravo, Rita Brito e Tara Fatehi são os atores que dão vida às personagens da peça, que conta com cenografia de João Brites e Rui Francisco, música de Jorge Salgueiro e figurinos e adereços de Clara Bento.