Apresentação do vinho “Porto de Setúbal Centenarium – Edição Especial” e o lançamento do livro do historiador Diogo Ferreira, sobre a criação da Junta Autónoma Obras do Porto e Barra de Setúbal e do Rio Sado e construção do Porto de Setúbal, marcaram fim da comemoração.
A Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) assinalou na passada segunda-feira o encerramento das celebrações do seu centenário, com vários eventos comemorativos.
De manhã, a Doca de Recreio das Fontaínhas do Porto de Setúbal recebeu 1200 garrafas de vinho, resultante de uma parceria com a Casa Ermelinda Freitas. O vinho “Porto de Setúbal Centenarium – Edição Especial”, assinado pelo enólogo Jaime Quendera, ficará em estágio durante um ano e a uma profundidade entre três e cinco metros. Será depois oferecido a todos os colaboradores e parceiros da APSS.
No seguimento do programa, de tarde ganhou destaque o lançamento do livro “Junta Autónoma das Obras do Porto e Barra de Setúbal e do Rio Sado – Da fundação à inauguração das modernas infraestruturas portuárias (1923 – 1934)”, do historiador Diogo Ferreira foi lançado na tarde de ontem, no Cais 3 do Porto de Setúbal, em mais um evento que pontua as comemorações do centenário do porto setubalense.
“Este livro resultou de um exaustivo percurso de investigação em diferentes arquivos em bibliotecas locais e nacionais. Também recorri às publicações da imprensa local e nacional da época, para perceber como é que a imprensa acompanhou a construção deste porto, mas sobretudo, perceber as dinâmicas que a Junta Autónoma que teve naquela fase muito difícil, que foram os primeiros anos de atividade”, sublinhou Diogo Ferreira, na apresentação do livro.
A obra conta então como se desenrolou o processo que levou ao nascimento da infraestrutura portuária setubalense, através da criação da Junta Autónoma das Obras do Porto e Barra de Setúbal e do Rio Sado, através da Lei nº 1517, retificada a 18 de dezembro de 1923, assim como a construção e primeiros anos de funcionamento do porto. O texto é acompanhado por várias fotos e documentos de época que ilustram bem aquele período histórico que se viveu.
Entre as personagens importantes neste processo citadas na obra, emergem particularmente duas, destacadas pelo historiador Diogo Ferreira, nomeadamente Joaquim Brandão e o Eng. Cid Perestrelo.
Joaquim Brandão, nascido em Sesimbra, foi deputado da República entre 1911 e 1926, eleito por Setúbal, tendo travado uma luta intensa para criação da Junta Autónoma das Obras do Porto e Barra de Setúbal, tendo chegado a ser vice-presidente da mesma.
O Engenheiro Cid Perestrelo foi a mente por trás do desenho e construção do Porto de Setúbal, sendo nomeado diretor das Obras do Porto de Setúbal em 1927. A construção do porto e da barra alterou significativamente a paisagem e a zona ribeirinha de Setúbal, influência percetível até aos dias de hoje.
Carlos Correia, presidente do Conselho de Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), destacou, por sua vez, a importância documental e para a memória coletiva do livro apresentado. “Esta é uma obra que regista para a posteridade a importância do organismo da Junta Autónoma e que tinha por objetivo iniciar e conduzir as obras do Porto de Setúbal. Sublinha também a obra do deputado Joaquim Brandão e o Engenheiro Cid Perestrelo. A Administração dos Portos de Setúbal ao lançar este desafio ao Professor Doutor Diogo Ferreira pretendeu também dar continuidade ao objetivo de enriquecer o espólio dos portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra”, sublinhou.
Antes da apresentação do livro, foi ainda descerrada uma placa, junto ao Cais 3, para assinalar o centenário do porto. Entre os convidados para a cerimónia, destacou-se a presença, além do presidente do Conselho de Administração da APSS, de Ricardo Oliveira, em representação de André Martins, presidente da câmara de Setúbal e o Capitão-de-fragata Marco Augusto, Capitão da Capitania do Porto de Setúbal.