A greve dos trabalhadores da Amarsul teve uma adesão de 100% no turno da meia-noite no ecoparque de Palmela e de 50% nos restantes turnos, disse à Lusa um dirigente sindical.
“[A greve] Iniciou-se à meia-noite no ecoparque de Palmela com uma adesão de 100%. No turno das seis da manhã, a adesão foi de 50% e no das 08:00 também”, disse Eduardo Florindo, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE Sul).
Segundo o sindicalista, a empresa está a funcionar com congestionamentos.
A greve de 48 horas por aumentos salariais e pela redução do horário de trabalho decorre entre hoje e sexta-feira.
Segundo o SITE Sul, os trabalhadores decidiram fazer greve depois de “a administração, mais uma vez, ter feito uma atualização salarial que não repõe o poder de compra perdido devido ao brutal aumento do custo de vida”.
Os trabalhadores marcaram ainda uma greve a todo o trabalho suplementar entre as 00:00 de hoje e as 24:00 de domingo.
Segundo uma nota do sindicato, em causa está não só a reivindicação do aumento dos salários para todos os trabalhadores, mas também a exigência da atribuição e regulamentação de um subsídio de insalubridade, penosidade e risco, a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais faseada, a aplicação do período de 25 dias de férias para todos os trabalhadores e a melhoraria das condições de trabalho.
Já no que respeita ao ecoparque do Seixal, a agência Lusa tentou contactar o dirigente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional para aferir os níveis de adesão, mas até ao momento não teve resposta.
Entretanto, o município de Almada publicou um aviso na sua página oficial indicando que a recolha de lixo poderá sofrer perturbações devido à greve na Amarsul.
A Câmara Municipal de Almada faz um apelo à colaboração de todos os munícipes para que evitem a deposição de resíduos nos contentores da via pública durante estes dias ou na envolvente dos equipamentos, procurando sempre um que não se encontre cheio.
O mesmo aviso foi feito pela Câmara Municipal de Alcochete, indicando que, embora não seja expectável que ocorra a interrupção na prestação de serviço, “é provável que possam ocorrer algumas perturbações na prestação do mesmo”.
“A Câmara Municipal, em conjunto com a Amarsul, tudo farão para minimizar os consequentes incómodos que possam vir a ser sentidos pela população”, refere a autarquia.
A Amarsul é responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos urbanos dos nove municípios da Península de Setúbal (Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal).
Constituída em 1997, foi-lhe atribuída a concessão de exploração e gestão do Sistema Multimunicipal de Tratamento e de Recolha Seletiva de resíduos urbanos da Margem Sul do Tejo, por um período de 25 anos e alargado até 2034, numa revisão efetuada em 2016.
Em julho de 2015, a Amarsul passou a integrar o grupo Mota Engil por via da aquisição da Empresa Geral de Fomento (EGF), detentora de 51% do capital social da Amarsul.