Sala montijense recebe o lançamento do primeiro trabalho musical em português e dedicado ao público mais novo do diretor artístico da Mascarenhas-Martins.
“O roque nunca vai acabar” é o novo projeto de Levi Martins, diretor artístico da companhia Mascarenhas-Martins, lançado esta sexta-feira em todas as plataformas digitais e em CD e apresentado num espetáculo, amanhã, às 17h30 na Casa da Música Jorge Peixinho, no Montijo.
Este é um registo inédito na carreira do artista, que se estreia nas canções em português e também em trabalhos musicais dedicado ao público mais jovem. “Este projeto nasceu da vontade que tinha de escrever canções para os meus filhos, a Leonor e o Luís. Isto deu-se o ano passado quando eu ainda estava a trabalhar, eles foram de férias e decidi que seria engraçado enviar-lhes uma espécie de carta. Mas em vez da carta foi uma canção”, revela o músico em conversa com o nosso jornal.
Assim nasceu o projeto e o primeiro single deste álbum que, intitulado “Roque ene role animal”, conta com um teledisco, realizado por José Ricardo Lopes. A este tema juntaram-se outros nove que compõem o disco. “Achei que este conjunto de nove canções era adequado, para os mais novos, por não ser um trabalho muito longo e ser mais fácil de se ouvir de uma ponta à outra, sem ficarem fartos ou cansado. A construção destas canções foram surgindo. A segunda canção, por exemplo, escrevi depois de ter ido ao parque com os meus filhos e de ter sentido um frenesim tão grande, um a fugir para um lado, o outro a saltar. É difícil descrever quando estão com a energia máxima, mas deu origem ao “Roque no parque”, que é um apelo à discrição desse lado intensamente frenético das crianças e que acaba por ter a ver com o género, porque o rock sempre foi uma espécie de manifestação dessa intensidade humana e de algum inconformismo”, partilha Levi Martins.
Trabalho pretende ser uma passagem de testemunho
Este trabalho procura também abrir os horizontes do público mais novo para o género do rock, numa espécie de passagem de testemunho para as novas gerações. Exemplo disso tem sido a digressão levada ao público escolar do concelho do Montijo, para apresentar algumas destas canções. “Acaba por ser um desejo meu para que exista esta passagem de testemunho, que tem acontecido, desde que o género que se fixou. E outro desejo é que este disco seja uma plataforma para que as pessoas possam ouvir outras coisas, que não se fechasse em si, mas que com estas canções possam recomendar outras tantas, porque inspirei-me em fases diferentes do rock para escrever”, sublinha o artista.
A data deste concerto, que além de Levi Martins, terá ainda em palco André Reis, Filipe Peuch e Diogo Arranja, não é de todo inocente, uma vez que assinala o Dia Internacional da Criança. “É um concerto virado para o jardim da Casa da Música, aproveitando todas as potencialidades daquele espaço. Queríamos que o concerto fosse num espaço onde as crianças tivessem liberdade para se movimentar e se expressar”, revela o músico.