Há muita ofertas de cursos superiores, licenciaturas e pós-graduações. Mas também há carência de pessoal especializado em setores como a hotelaria, a restauração ou as pescas.
A oferta escolar a nível do Ensino Superior e dos cursos profissionais, tem vindo a cimentar-se no distrito desde as décadas de 1980 e 1990. Atualmente são, talvez, mais de 15 mil os alunos distribuídos pelo Politécnico de Setúbal, mas também pela Faculdade de Ciências e Tecnologia, pelo Instituto Piaget, pelas escolas profissionais e, não menos importante, pela Escola Naval da Marinha.
Áreas como saúde, gestão, turismo, informática, restauração, desporto ou as que se relacionam com a agricultura são trunfos apresentados por quase todos os estabelecimentos. Ano após ano multiplicam-se os polos tecnológicos e, em alguns casos, constroem-se novas residências para estudantes. A oferta formativa há muito que deixou de ser um exclusivo para quem reside no distrito. Isso mesmo é salientado pela maioria dos diretores pedagógicos e presidentes das diversas instituições. O Instituto Politécnico de Setúbal, por exemplo, está a criar condições para albergar estudantes no Barreiro e em Sines.
Embora o desemprego ainda atinja números muito elevados (8,3 por cento só nos nove concelhos da península, valor bem mais elevados do que os 6,5 por cento de média nacional), os diretores escolares entendem que existe uma gradual aproximação aos desejos do tecido empresarial. Na Escola Técnica Profissional da Moita, por exemplo, garante-se que os alunos de qualquer curso, de qualquer área, terão sempre uma oferta de emprego.
Esta aproximação entre os estabelecimentos de ensino e as empresas tem vindo a ser, de resto, reclamada por muitas das principais indústrias localizadas no distrito. Dizem os seus dirigentes que, muitas vezes, o que é difícil é encontrar mão de obra qualificada, porque vagas continuam a existir.
A qualificação profissional é também muito requerida nos setores da restauração e da hotelaria. Estes são, de resto, dois dos setores mais carenciados de pessoal especializado. Por norma empregam estrangeiros, a baixos custos e quase sempre sem formação. São estas pessoas que, muitas vezes, acabam por engrossar o número de desempregados, uma vez que por falta de viabilidade na prestação dos serviços, muitos estabelecimentos acabam por encerrar.
Entre o conjunto de estabelecimentos que oferecem formação profissional e superior, destaca-se também, no Laranjeiro, a escola Naval da Marinha. Muitas vezes quase sem a visibilidade de outros, é dali que saem formandos com mestrados de Marinha, Fuzileiro, Engenharia Naval, Administração Naval e Medicina.
Entre as várias atividades que procuram mais mão de obra especializada destaca-se ainda a da pesca. Com um quadro de efetivos envelhecido, os armadores de Setúbal, Sesimbra e Sines estão agora a recorrer a pescadores africanos e asiáticos. Dizem mesmo que sem estas pessoas não seria possível manter as frotas. Reclamam, da parte do Estado e dos estabelecimentos de ensino, formação bem remunerada que possa trazer os jovens de volta ao mar.