André Ventura, tal como em outros pontos do país, assumiu o protagonismo da campanha e em Setúbal ficou fortemente marcado o discurso por um controlo mais rígido na imigração.
O Chega rompeu nas últimas legislativas com o paradigma que estava instalado no distrito de Setúbal, tradicionalmente disputado por forças de esquerda, como o PS e o PCP, e em que os votos de direita se concentravam irremediavelmente no PSD, sendo a segunda força política, ficando apenas atrás dos socialistas.
Sem surpresa a campanha do Chega, tirando as ações desenvolvidas pelos núcleos locais, concentrou-se na figura de André Ventura e nem mesmo António Tânger Correia, cabeça de lista a estas eleições, conseguiu competir com a popularidade e mediatismo do líder do partido.
Na passada sexta-feira, à entrada para o último fim-de-semana de campanha, o Chega veio em peso a Setúbal, e no final da tarde trouxe uma grande comitiva para a rua, um pouco à semelhança do que aconteceu em outros pontos do país. Além de André Ventura e Tânger Correia, estiveram na caravana do partido à cidade sadina nomes como Rita Matias, cabeça-de-lista por Setúbal nas últimas legislativas, e outros deputados como Patrícia Carvalho, Nuno Gabriel, Rui Paulo Sousa e Cristina Rodrigues.
Pelas ruas do centro da cidade, o Chega conseguiu rodear-se de um considerável apoio popular e aproveitou as mais recentes notícias sobre as dificuldades Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) para apontar baterias à política de imigração. “Cidadãos do Bangladesh, do Nepal, da Índia, do Paquistão não podem entrar em Portugal sem visto. O espaço Schengen requer que isso seja dessa forma. Há imigrantes que chegam aqui sem visto e entram”, sublinhou Tânger Correia.
André Ventura aproveitou a toada colocada pelo seu cabeça de lista e defendeu que “até a casa estar em ordem, trancas à porta”. “Estamos a falar de imigrantes extracomunitários e Portugal neste momento vive uma situação excecional. É preciso uma medida radical para impedir a entrada massiva e descontrolada de pessoas”, reiterou o líder do Chega.
Para André Ventura existe margem de manobra suficiente para implementar um controlo da imigração mais rigoroso. “Portugal pode fechar as suas fronteiras a estes imigrantes até ter a situação controlada. os países têm a sua própria autonomia dentro do espaço Schengen”, defendeu.
No domingo a comitiva do Chega, novamente liderada por André Ventura e Tânger Correia, juntamente com praticamente os mesmos protagonistas do partido que estiveram em Setúbal, marcou presença no Seixal. Pela zona ribeirinha daquela cidade, a caravana do Chega esteve bem composta e recebeu apoio popular por onde passou.
Estas são as primeiras eleições Europeias do partido Chega, depois de em 2019 ter integrado o movimento “Basta!”, juntamente com Partido Popular Monárquico, Partido Cidadania e Democracia Cristã e Movimento 21, obtendo 1, 49 por cento dos votos a nível nacional. No distrito, o movimento uma votação acima da média nacional, com 1,89 por cento dos votos.