AD procura espaço à direita no distrito com olhos postos em Bruxelas

Depois do triunfo nas legislativas, PSD e CDS tentam dar sinais positivos num território habitualmente difícil para a direita tradicional, a que agora se junta concorrência do Chega. Sem o primeiro-ministro, Sebastião Bugalho passou por Almada e Setúbal.

A tentar capitalizar a vitória nas últimas eleições legislativas, a Aliança Democrática (PSD/CDS-PP) tem no distrito de Setúbal o particular desafio de disputar um território tradicionalmente mais simpático as forças de esquerda, a que recentemente se juntou, muito fortemente, a concorência o Chega.

No entanto, a caravana laranja e azul, tirando as ações de campanha dinamizadas por forças do distrito, como Teresa Morais, cabeça-de-lista por Setúbal nas últimas legislativas, Paulo Ribeiro, atual secretário de Estado da Proteção Civil e Nuno Matias, vereador da câmara de Almada, foi relativamente tímida e, ao contrário do que aconteceu em outros distritos, não contou com a participação do primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro. Sebastião Bugalho, jovem cabeça-de-lista a estas eleições europeias, esteve uma manhã no distrito nesta campanha, mais concretamente no terceiro dia, passando por Setúbal e por Almada.

Em Setúbal, no Mercado do Livramento, acompanhado por uma bem composta comitiva, Bugalho cumprimentou por quem passava, acolhendo a simpatia e o afeto do eleitorado, em especial dos vendedores que naquela manhã procuravam fazer o seu negócio. O cabeça-de-lista escutou ainda críticas ao estado dos serviços de saúde e ainda sobre outras áreas, como educação e habitação. “Quero médica de família e não tenho”, disse um idoso ao cabeça-de-lista. “Estou em vista de ir para a rua com um neto deficiente e pergunto: onde estão as respostas?”, criticou outra senhora. Sebastião Bugalho apontou então críticas à governação socialista e procurou passar uma mensagem de confiança. “O que sentimos aqui é uma enorme frustração de nove anos de PS e as pessoas exigem uma mudança, as pessoas não querem voltar para trás, querem seguir em frente” referiu.

A caravana da AD passou então para Almada, num breve contacto com a população, onde o cabeça de lista aproveitou o ritmo colhido em Setúbal, e distribuiu afeto, abraços e apertos de mão, em especial aos mais velhos que estavam nas esplanadas e espaços públicos por onde passou, mas também aos mais novos e nem um bebé, que lhe foi para o colo, escapou à simpatia do candidato social-democrata.

Nas últimas eleições, PSD e CDS concorreram separadamente, tendo os laranjas obtido a segunda maior votação com 21,94 dos votos, elegendo seis deputados, enquanto os centristas colheram 6,19 por cento dos votos, elegendo um deputado. No distrito o PSD foi o quarto partido mais votado, atrás de PSD, CDU e Bloco de Esquerda, com apenas 10,33 por cento dos votos. Já o CDS somou 3,79 por cento dos votos, sendo a sexta força mais votada.