A globalização do mundoem que vivemos veio acelerar a incerteza da previsibilidade, nada já é o que em princípio deveria ser. Atualmente temos a vivência de um tempo em que assistimos a uma degradação dos regimes democráticos, tanto em número como na qualidade das democracias que subsistem.
Vivemos um tempo de distanciamento humano em que as relações interpessoais e de proximidade se esbatem na indiferença do dia a dia, o egoísmo Individual leva-nos a não termos tempo de olhar para o outro de modo que nos pudéssemos dispor a ajudar quem poderia precisar.
Vivemos um tempo de “ditadura de minorias” em que, em nome da tolerância, se geram cada vez mais exacerbadas intolerâncias.
Vivemos um tempo em que é cada vez mais difícil encontrar informação de qualidade, no meio do excesso de “desinformação” que nos atropela todos os dias.
Vivemos um tempo em que, depois de décadas de uma relativa paz e estabilidade, assistimos ao surgimento de uma nova ordem mundial multipolar, em que, além dos novos atores a lutar pelo estatuto de maior potência mundial, surge também uma miríade de conflitos regionais com as suas disputas a terem implicações preocupantes na economia e na segurança global de todos nós.
Vivemos um tempo em que identidades étnicas, culturais ou religiosas ganham dimensão, e ultrapassam as identidades nacionais, assim contribuindo para a desagregação das sociedades nos países.
Diante de tantos desafios e inquietações que se apresentam no cenário atual, é fundamental procurar soluções que promovam a revitalização das democracias e fortaleçam o tecido social.
Se queremos ter hipótese de tentar “mudar um pouco o Mundo” teremos de ser nós a promover a educação cívica nas escolas e em comunidades, capacitando as pessoas a discernir entre informação verdadeira e falsa. Isso inclui o desenvolvimento do pensamento crítico, para que as pessoas possam avaliar as notícias e opiniões que consomem.
Poderíamos tentar criar mecanismos que incentivassem a participação ativa dos cidadãos em questões políticas e sociais, como conselhos comunitários, plataformas digitais de debate e consultas públicas. Aumentando assim a transparência nas decisões políticas pudessem assim ajudar a restaurar a confiança nas instituições.
Poderíamos criar valorização da diversidade, incentivando a diálogos interétnicos e inter-religiosos, promovendo a tolerância e o respeito mútuo. Proporcionando espaços onde diferentes identidades pudessem ser celebradas, contribuindo para a coesão social e reduzindo as tensões.
Seria imperioso criar legislações que responsabilizassem as plataformas digitais pela disseminação de desinformação, assegurando que elas promoviam fontes confiáveis e de combate a propagação de mentiras.
Desenvolver políticas Inclusivas, de modo a Implementar políticas que visassem reduzir desigualdades sociais e económicas, promovendo a inclusão e garantindo assim que todas as vozes fossem ouvidas, não apenas as de grupos minoritários.
Por fim poderíamos tentar cultivar a Empatia e o Respeito nas Relações Interpessoais promovendo campanhas que incentivassem o respeito e a empatia nas interações diárias, tanto no ambiente físico quanto no digital, combatendo o distanciamento humano.
Embora para muitos de vós estas ações poderão ser utópicas, uma coisa é certa se não queremos que o Mundo se torne imprevisível, estas ações, por mais desafiadoras que possam ser, podem oferecer um caminho viável para resgatar a qualidade das democracias e restabelecer laços de solidariedade na sociedade.
É fundamental que todos nós, como indivíduos e comunidades, estejamos dispostos a colaborar e procurar as mudanças em prol de um futuro mais justo e unido.
Carlos Cardoso
Gestor