Companhia de Teatro de Almada leva à cena “Tudo tem um começo”

Peça, criada por Teresa Gafeira e Pedro Proença, tem como principal premissa os normais questionamentos das crianças sobre o desconhecido.

“Tudo tem um começo” é o título da peça da Companhia de Teatro de Almada que estreia este sábado, às 16h00, no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, onde permanece até dia 22 de dezembro.

O espetáculo, criado por Teresa Gafeira e Pedro Proença, tem as crianças como público alvo e pretende abordar a forma como estas abordam o desconhecido, em grande parte através de questionamentos sobre quem e o que está à sua volta. “Esta peça gira muito em torno da premissa de como as crianças olham para o seu mundo e as perguntas que fazem. De onde é que vimos e para onde vamos. A crianças têm esse instinto de questionamento, desde como é que tudo começou, o que é um bebé ou de onde é que vêm. É normal fazerem estas perguntas”, diz ao nosso jornal o criativo Pedro Proença.

É a partir deste conceito que o espetáculo se vai desenrolando e que as personagens, interpretadas por Íris Cañamero, João Maionde, Maria do Ó e Vasco Paixão, sem que exista uma linha convencional ou uma história em que estejam inseridas, acabam por introduzir alguns temas que motivam questionamento, procurando a interação com o jovem público. “Ao longo da peça vão surgindo coisas como o que é uma questão ou o que é o medo. O espetáculo explora ainda um pouco a relação com alguns mitos, a versão oficial de certas coisas. Vamos ver como vai ser a reação das crianças, mas acredito que vai ser muito engraçada”, acrescenta.

Peça apresenta uma profundidade filosófica

Apesar de ser dedicada às crianças, para Pedro Proença, a peça está longe de tratar de assuntos banais e de ser construída de forma infantilizada. “Temos um ponto de partida e, depois, há coisas a que conseguimos responder e outras que nem tanto. Há questões que não são complexas apenas para as crianças e que, também, fazem refletir os adultos. Questões como o que é o começar ou como é quando vamos acabar. Isto é bastante complexo e, por isso, acaba por ser uma peça bastante filosófica”, refere.

Focada no público mais jovem, a peça apresenta ainda, além de questionamentos, uma atrativa linha musical e cenários e personagens coloridos. “Dentro desta profundidade filosófica não nos podemos esquecer para que público estamos a criar, que são as crianças. Portanto, não pode ser assim uma coisa muito dramática, muito densa, temos de levar isto com alegria e alguma doçura. É aí que surgem também as músicas e algumas das figuras que vamos ter em palco. A cena tem cores muito vivas, um grená, um dourado, um azul, contrastando um pouco com os figurinos em pastel”, adianta Pedro Proença.