Grupo sadino junta-se ao projeto concebido por Rogério Charraz e José Fialho Gouveia, para interpretar uma história de amor que se desenrola à volta de um coreto. O espetáculo traz à reflexão a relação entre a complexidade dos centros urbanos e a simplicidade do interior.
O Coral Infantil de Setúbal assinala o 45.º aniversário no Fórum Luísa Todi com “O Coreto”, um concerto dirigido por Nuno Batalha que conta com a participação do Coro Feminino Tutti Encantus, formado por antigas coralistas do Coral Infantil de Setúbal.
Concebido por Rogério Charraz, que participa com a sua banda, e por José Fialho Gouveia, que desempenha o papel de narrador, a espetáculo apresenta uma história de amor que se desenrola à volta de um coreto. Juntam-se, também, à narrativa temas mais profundos como as desigualdades e assimetrias entre os grandes centros urbanos e a maior simplicidade e menor riqueza do interior do país. “Este projeto tem sido trabalhado pelo Rogério e os seus músicos com algumas bandas e filarmónicas. Depois de ver o espetáculo achei que seria adequado apresentá-lo na nossa região e associá-lo a este momento tão nobre do nosso grupo. Dentro deste trabalho do Rogério, enquanto solista, a nossa participação estará centrada em tudo o que são as partes de harmonização”, explica o maestro Nuno Batalha, em conversa com o Semmais.
“Vamos acompanhar o espetáculo de uma forma diferente daquilo que costuma ser um coro, já que temos sonoridades diversas através de elementos como a guitarra, o baixo, alguns instrumentos de sopro, piano e percussão. Naturalmente que vamos ter alguns apontamentos de solistas do coro, mas de forma genérica vamos apresentar-nos em acompanhamento, preparando as intervenções do grande interveniente do concerto que acaba por ser o Rogério Charraz”, acrescenta o mesmo responsável.
Importante trabalho na formação artística e de públicos
Atualmente com 30 elementos no Coral Infantil e 20 no Coro Feminino, o amor e paixão pelo grupo e pela música tem marcado estes 45 anos de existência. “Temos artistas dos seis aos 16 anos no Coral Infantil e no Coro Feminino. Atualmente, vamos até aos 45 anos. É incrível porque acaba por se tornar uma coisa tão profunda e quase familiar. Temos pessoas no TuttiEncantus que já foram do Coro Infantil e que têm os seus filhos agora lá. Não é fácil, tem de haver muita disponibilidade e empenho, mas temos conseguido concretizar os nossos objetivos e projetos”, refere Nuno Batalha.
Para além da formação artística, para o maestro, o Coro tem ainda a importante tarefa de formar públicos. “É uma marca inequívoca e importante do nosso trabalho. Na minha opinião a formação de públicos passa, essencialmente, pelo conhecimento que o público tem acerca da arte. Estar num coral infantil permite-lhes ter um conhecimento assertivo do que é fazer um espetáculo, do que é um concerto e do que é a música”, conclui.